Brasília – Os paranaenses perderam espaço na Executiva Nacional do PSDB. A convenção do partido acabou ontem e, dos 28 membros eleitos para a cúpula, o único representante do estado é o senador Alvaro Dias. Ainda assim, ele foi rebaixado do cargo de terceiro vice-presidente para o de vogal, uma espécie de conselheiro com direito a voto, mas sem função específica.

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O prefeito de Curitiba, Beto Richa, era vogal e desta vez saiu da chapa única. "É até difícil opinar, mas ficou claro que o PSDB do Paraná perdeu representação", disse o presidente do diretório paranaense da legenda, deputado estadual Valdir Rossoni. O Paraná foi o terceiro estado em número de delegados (75) que participaram das eleições, atrás de São Paulo e Minas Gerais.

A Executiva Nacional é responsável pelas decisões gerais do partido. Na composição, as funções mais importantes são de presidente, secretário-geral e de diretor do Instituto Teotônio Vilela, braço intelectual da sigla. A divisão desses cargos demonstrou a tensão da disputa entre os presidenciáveis José Serra e Aécio Neves, governadores de São Paulo e Minas Gerais.

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Antes da convenção, o deputado federal paranaense Gustavo Fruet foi convidado para ocupar a secretaria-geral. Como o cargo ficou com o deputado mineiro Rodrigo Castro, aliado de Aécio, ele foi cotado para a vice-presidência, que acabou com a senadora Marisa Serrano (MS). "O fato de ter dois presidenciáveis, o que qualquer partido gostaria de ter, acabou se transformando em motivo de conflito. É um problema que precisa ser encarado de frente", lamentou Fruet.

Assim como ele, a maioria dos tucanos paranaenses com expressão nacional está distante do conflito. Entre os que já tomaram partido estão Alvaro Dias e o deputado federal Luiz Carlos Hauly. O primeiro prefere Serra, o outro, Aécio.

Alvaro minimizou o conflito. "Com o andar da carruagem, as coisas vão se assentando."

De acordo com o senador, os paranaenses não saíram derrotados da convenção. Ele explica que a Executiva foi formada por representantes do partido que se empenharam nas discussões sobre o novo programa tucano. O documento tenta restabelecer uma nova identidade à legenda, distanciando a imagem "privatista" explorada pelos rivais.

Alvaro ressaltou que não fez campanha para ocupar um cargo na cúpula. "Parece que o Gustavo não quis ser vice-presidente para tentar a liderança do partido na Câmara Federal. Quando voltou atrás, já era." O deputado disse que nunca pleiteou quaisquer cargos.

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Apesar das baixas entre os paranaenses, quem deve ganhar espaço é o deputado federal Alfredo Kaeffer. Ele foi convidado para ocupar um posto no Conselho Fiscal.