A possibilidade da abertura de um processo de impeachment contra um presidente da República não é novidade para dois parlamentares paranaenses. Os deputados Rubens Bueno (PPS) e Luiz Carlos Hauly (PSDB) atuavam no Congresso em 1992, na época da cassação do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Para Hauly, a pressão popular será determinante para que o processo contra a presidente Dilma Rousseff (PT) seja aberto na Câmara dos Deputados. “Sem a pressão popular não tem impeachment”, afirma. Na opinião do parlamentar, é necessária a mobilização da população para que o processo de cassação caminhe no Congresso. “É hora de sair do computador, fazer oposição no computador é fácil”, disse o deputado paranaense.
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Em 1992, Hauly participou ativamente do processo que culminou na cassação do presidente. “Naquela época, em 1992, o pedido do processo de impeachment foi feito pelo então líder do PT Eduardo Jorge e por mim que era líder do PST na época”, conta o parlamentar. “Eu naquela época batia muito duro no Collor todos os dias. No primeiro ano eu morei aqui [em Brasília] e ficava de segunda a sexta criticando o governo dele”, lembra o tucano.
De acordo com Hauly, a situação de Dilma é diferente da de Collor. “A economia na época não tinha sido deteriorada dessa maneira. O que tinha de agravante era que ele [Collor] tinha confiscado todo o dinheiro das pessoas”, lembra Hauly.
Outra diferença, de acordo com o parlamentar, é o apoio popular ao impeachment. Segundo o parlamentar, em 1992 inicialmente não havia apelo da população para o processo de cassação. “Quando chegou o momento [da decisão pelo impeachment] a pressão popular começou a vir com força”, conta o tucano. “Hoje comparado com a época tem muito popular”, avalia.
O parlamentar acredita que o apoio popular deve crescer ainda mais ao longo do rito processual que pode levar à cassação de Dilma. “Não tenho nenhum um pingo de dúvida de que a pressão popular vai ser eminente, a reação vai ser grande, o povo vai vir para cá [para Brasília], vai para as ruas e vai dar apoio ao processo [do impeachment]”, diz Hauly. “Eu tenho certeza que o impeachment vai se concretizar”, conclui o parlamentar.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com o deputado paranaense Rubens Bueno (PPS), que também presenciou o processo que levou à cassação de Collor em 1992, mas o parlamentar não retornou aos pedidos de entrevista.