• Carregando...
Henrique Alves (na esquerda): denúncias não impedem que ele agregue tucanos e petistas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Henrique Alves (na esquerda): denúncias não impedem que ele agregue tucanos e petistas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

"Denúncias são assunto superado", diz Alves

No primeiro dia de seu périplo pelos estados, o deputado Henrique Eduardo Alves viu o foco das visitas sair das propostas para administrar a Câmara Federal e teve de se explicar sobre as denúncias que ganharam a imprensa nos últimos dias. Pesam contra ele acusações de desvios no uso da cota de exercício da atividade parlamentar, irregularidades na destinação de emendas orçamentárias para o Rio Grande do Norte e enriquecimento ilícito. Ontem, Alves disse que as acusações são "assuntos superados" e atribuiu as denúncias a uma "disputa eleitoral".

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, cerca de R$ 600 mil em emendas parlamentares de Alves destinadas ao Rio Grande do Norte nos últimos anos teriam sido utilizados para financiar obras feitas por uma empresa que tem como sócio um assessor do gabinete do deputado, Aluízio Dutra de Almeida. Outra reportagem aponta que o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca destinou pelo menos R$ 1,2 milhão para obras feitas pela mesma empresa.

Demissão

Ontem, o assessor do deputado pediu exoneração do cargo. "Foi um ato de lealdade do meu assessor, para que esses casos não sejam usados neste momento de disputa eleitoral", disse Alves. Para se defender, ele ainda exaltou os mais de 40 anos de atividade parlamentar. "Meu estado é pequeno e tem muitas carências. Meu papel é elencar as reivindicações e fazer com que elas sejam atendidas. Depois disso, é responsabilidade dos órgãos federais, não tenho controle", alegou o parlamentar, que também é alvo de uma investigação por suposto enriquecimento ilícito.

Para o deputado, as denúncias não representam um risco à sua eleição na Câmara. "Esses são assuntos superados. Os deputados conhecem meu trabalho e sabem quem eu sou. Não há o que temer", disse. Candidato a vice-presidente em sua chapa, André Vargas (PT-PR) também minimizou o caso: "São denúncias absolutamente secundárias, que só vêm à tona quando não se tem algo mais sério a tratar".

Dê a sua opinião

O que você acha de políticos governistas e da oposição se unirem para apoiar um deputado sob suspeita?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br ou deixe seu comentário abaixo. As mensagens selecionadas serão publicadas na Gazeta do Povo.

Leia as regras para a participação nas interatividades da Gazeta do Povo.

Sentados à mesma mesa no Palácio Iguaçu, o governador Beto Richa (PSDB) e parte da bancada paranaense em Brasília se reuniram ontem para manifestar apoio à candidatura de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) à presidência da Câmara dos Deputados. Mesmo sendo alvo de uma série de denúncias, o parlamentar conseguiu reunir representantes da situação e da oposição em torno de sua candidatura, que conta ainda com o aval da presidente Dilma Rousseff (PT).

Alves veio a Curitiba para cumprir o primeiro dia de uma agenda que pretende percorrer 11 estados em campanha para a presidência da Câmara. O roteiro se iniciou em Porto Alegre, onde o deputado recebeu o apoio do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).

A aliança formada em torno da candidatura de Alves colocou do mesmo lado representantes de forças políticas distintas como PT, PMDB (ambos governistas), DEM e PSDB (do bloco de oposição ao governo).

O deputado paranaense André Vargas (PT), candidato a primeiro vice-presidente na chapa de Alves, destacou que a disputa pela presidência da Câmara não tem a ver com interesses partidários. "A visita ao governador Beto Richa é para assumirmos compromissos republicanos. É uma demonstração de respeito e compreensão", afirmou Vargas. Entre os oposicionistas ao governo federal presentes na reunião de ontem estavam os deputados Alfredo Kaefer (PSDB), Abelardo Lupion (DEM) e Sandro Alex (PPS).

Já Beto Richa, ao abrir a reunião, lembrou que seu pai, José Richa, foi deputado federal na mesma legislatura que o pai de Henrique Alves, Aluísio Alves, na década de 1960. Ele ainda frisou que o apoio a Alves independe de disputas partidárias. "Temos desenvolvido com a bancada federal um bom trabalho conjunto, independente de cor partidária", ressaltou Richa.

Já o candidato à presidência da Câmara enfatizou a aliança com a maioria dos partidos representados na Casa, que somariam um total de 420 parlamentares a seu favor. Por outro lado, teve de explicar denúncias que envolvem destinação de emendas e enriquecimento ilícito (leia mais na reportagem ao lado).

"Quero conquistar o eleitor, por isso estou conversando com todas as bancadas e percorrendo os estados para me encontrar com os governadores. Temos que unir cada vez mais os poderes Executivo e Legislativo", afirmou Alves após o encontro.

Ele ainda defendeu a necessidade de aproximar a Câmara Federal da população e disse que não pode haver subserviência do Legislativo ao governo. "Precisamos ter um Legislativo mais eficiente, mais dinâmico. Temos questões como a reforma política, que todos sabem da necessidade de se votar, mas está parada por nossa culpa", disse. Entre suas propostas estão a reformulação da TV Câmara e um melhor trabalho de divulgação das atividades dos parlamentares.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]