Paranaenses tentam manter espaço no comando da Câmara

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Marcada para ocorrer no dia 2 de fevereiro, a eleição que definirá a nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados pelos próximos dois anos tem mexido com o mês de janeiro dos parlamentares, embora estejam oficialmente de recesso desde o final de dezembro.

Entre os políticos mais envolvidos nas articulações pré-eleição estão dois integrantes da bancada do Paraná, Fernando Giacobo (PR) e Alex Canziani (PTB), que hoje ocupam cadeiras na Mesa Diretora e lutam para permanecer com algum espaço no comando da Casa.

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Giacobo e Canziani, contudo, agora atuam em direções diferentes. Enquanto o primeiro apoia a reeleição do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o segundo participa da campanha eleitoral do candidato do PTB para a mesma vaga, Jovair Arantes (GO).

Na última terça-feira (3), Canziani estava entre as lideranças que participaram, na casa de Arantes em Brasília, da primeira reunião de organização da campanha eleitoral do petebista de Goiás. Outro paranaense presente era o ex-tucano Alfredo Kaefer, hoje no PSL.

Atualmente na função de quarto-secretário da Mesa Diretora, Canziani pode perder a cadeira, em uma eventual vitória de Arantes, que tem oferecido os demais espaços da Mesa Diretora a outras siglas, na tentativa de fortalecer sua candidatura.

Os petebistas, contudo, sabem da importância da principal cadeira da Casa: se ganharem a disputa, Arantes e sua sigla vão conduzir a pauta do plenário, além de indicar nomes para cargos na estrutura do Legislativo.

Mas, até agora, Maia figura nos bastidores como o nome com o maior número de apoiadores. Além de Maia e Arantes, outros dois políticos já se colocam como candidatos à principal cadeira da Mesa Diretora, Rogério Rosso (PSD-DF) e André Figueiredo (PDT-CE).

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Embora virtualmente na melhor posição, Maia é o único que enfrenta um imbróglio em torno da legalidade da sua candidatura. A reeleição é proibida, mas o parlamentar do DEM sustenta que um “mandato-tampão” não se enquadraria na tal regra. Ele foi eleito em julho último, após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB).

Giacobo

Exercendo o quarto mandato como deputado federal, Giacobo é o detentor hoje da cadeira de segundo vice-presidente da Mesa Diretora, formada por um total de sete nomes, incluindo o presidente da Casa.

Além de, eventualmente, substituir o presidente da Câmara dos Deputados, o cargo é responsável, por exemplo, por fazer a interação institucional entre a Casa e os órgãos do Poder Legislativo dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Mas, além das atribuições oficiais, qualquer vaga na Mesa Diretora, na visão dos parlamentares, representa poder adicional na política.

“Dentro da legalidade, você consegue usar a prerrogativa do cargo para atuar com mais força em prol das demandas do Paraná”, resume Giacobo, que também chegou a experimentar o gosto da presidência da Câmara dos Deputados no ano passado, quando a figura de Waldir Maranhão (PP-MA), primeiro vice-presidente da Casa, foi empurrada ao ostracismo.

Atrapalhado no comando da Casa a partir da “suspensão” do mandato de Eduardo Cunha, Maranhão acabou convencido a ceder o lugar, de forma informal, ao paranaense Giacobo. Na prática, foi o parlamentar do PR que passou a conduzir as sessões plenárias, até a efetiva renúncia de Cunha e a convocação de uma nova eleição, daí vencida por Maia.

“Eu gostei [da experiência na presidência da Casa], foi bacana, interessante”, comenta Giacobo, admitindo até o interesse pela vaga, em caso de “zebra”.

“As conversas do Maia com o meu partido, o PR, estão bem encaminhadas. E acredito que ele seja o candidato mais forte. Mas, se der alguma zebra, algum problema na candidatura dele, e eu não torço para isso, aí podemos estudar a possibilidade de sair candidato [à presidência da Câmara dos Deputados]. Porque daí é um jogo novo”, admite ele.

Um deputado federal do Paraná nunca foi eleito para a presidência da Câmara dos Deputados. Em julho, Giacobo se candidatou à cadeira, mas não chegou ao segundo turno, disputado entre Maia e Rosso. Ele foi o quarto mais votado no primeiro turno, entre um total de 13 candidatos.

O PR já indicou o nome de Giacobo a Maia para uma possível composição na nova Mesa Diretora, mas o paranaense explica que, mesmo em uma eventual vitória do parlamentar do DEM, o espaço não é garantido. “O Maia está conversando com outros partidos também. Não sabemos se haverá espaço na Mesa Diretora para todos”, destaca ele.

Questionado sobre a opção por Maia, Giacobo responde que o PR acredita que o parlamentar do Rio de Janeiro “está conduzindo bem a Casa” e que o chamado Centrão – bloco criado em maio do ano passado por 13 legendas médias e pequenas, incluindo o PR – “não existe mais”.

“O Centrão foi criado só naquele momento. Agora passou. Somos todos da base do Michel Temer”, diz ele.

Arantes e Rosso são os dois candidatos filiados a siglas do Centrão. Já Maia é o representante da “antiga oposição”, encabeçada por DEM, PSDB e PPS. Tanto o Centrão quanto a “antiga oposição” integram a base de apoio de Michel Temer.