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São Paulo (AE) – A edição de sábado da revista médica britânica "The Lancet" (www.thelancet.com) não traz uma boa notícia para o combate à malária no mundo. O uso indiscriminado da artemisinina, composto retirado de uma planta chinesa, no tratamento de doentes provoca resistência do parasita ao remédio que perde sua eficiência.

O problema foi observado com outros compostos, mais antigos, como a cloroquina. Esse é o primeiro alerta feito em relação à artemisinina, que foi indicada pela Organização Mundial de Saúde para terapia em todo o mundo.

A pesquisa foi conduzida por Ronan Jambou e Eric Legranda, do Instituto Pasteur, em Camboja, Guiana Francesa e Senegal. Todos os 530 pacientes estudados estavam contaminados por somente um dos quatro tipos de micróbios causadores da malária, o Plasmodium falciparum – no Brasil, o mais difundido é o P. vivax menos letal, então não se pode afirmar que o tratamento local com o composto seja inócuo.

Segundo Jambou, o aumento da resistência indica a necessidade de aumentar a vigilância e de estimular o tratamento com mais de um composto associado. Além disso, diz ele, o caso é conseqüência do "uso descontrolado da monoterapia ou da associação com moléculas ineficazes".

Apesar da notícia negativa, o estudo é um de muitos que têm aparecido nos periódicos científicos internacionais com malária como tema. Aumentou a compreensão sobre os mecanismos moleculares que fazem da doença uma das mais mortais do planeta, desde o papel de proteínas na infecção a genes que protegem o mosquito Anopheles, que transmite o plasmódio de pessoa para pessoa.

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