A Odebrecht usou a lavanderia de dinheiro usada pelo doleiro Alberto Youssef, que envolvia o esquema de importação e lavagem usado com comerciantes da 25 de Março, maior centro de compras popular de São Paulo. O esquema envolvia contas de duas offshores na China e falsas importações. O doleiro Leonardo Meirelles, que era usado por Youssef para enviar dólares ao exterior e disponibilizar moedas em reais no Brasil, movimentou dinheiro da Odebrecht, acreditam os procuradores da Operação Lava Jato.
Nesta quinta-feira, 3, ao ser ouvido pelo juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, Meirelles afirmou que recursos da Odebrecht teriam sido movimentados por ele nessa parceria de câmbio com Youssef.
Meirelles é o dono no papel das indústrias de medicamentos Labogen e Piroquimica. Elas participaram do esquema de tentativa de contrato milionário com o Ministério da Saúde, que envolveu o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados André Vargas (ex-PT, hoje sem partido-PR), o doleiro Alberto Youssef e o ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Leoni, o PP do grupo GPI Investimentos.
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Condenado em um processo da Lava Jato e réu em outros duas ações penais, Meirelles afirmou que está em tratativa com a Procuradoria Geral da República para tentar um acordo de delação premiada.
Ele confirmou ser o titular das contas das offshores RFY Import & Export, e DGX Import e Export e que mantinha contas em bancos de Hong Kong e China.
Questionado sobre declaração anterior dada por ele, em que disse que certa vez Youssef afirmou que valores eram da Odebrecht, Meirelles confirmou. “Seriam vários valores”, disse.
O dinheiro enviado ao exterior para as contas de Meirelles seguiam dois destinos: ou transferências para contas de outros beneficiários no exterior ou disponibilização em moedas no Brasil.
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