Luiz Abi Antoun é acusado de ser o mentor de um esquema que teria fraudado licitações do governo do Paraná.| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

O empresário Luiz Abi Antoun, parente do governador Beto Richa (PSDB), foi condenado a oito anos e cinco meses de reclusão (cuja pena deverá começar a ser cumprida em regime fechado). O réu recebeu ainda pena de cinco anos de detenção (que poderá ser cumprida em regime semiaberto) e multa, totalizando 13 anos e cinco meses de prisão.

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Ele havia sido preso em março do ano passado, na Operação Voldemort, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Antoun era acusado de ser o mentor de um esquema que teria fraudado licitações no governo do estado. Outras seis pessoas também foram condenadas.

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A decisão foi proferida nesta segunda-feira (29), pelo juiz Juliano Nanuncio, da 3ª Vara Criminal de Londrina, que considerou que os crimes do qual Antoun era acusado foram comprovados materialmente. O magistrado destacou que o réu agiu tendo “conhecimento da ilicitude” e que se valeu “de seu capital e influência política para enriquecer-se em prejuízo ao erário, fraudando certames públicos e superfaturando preços”.

O juiz reconheceu na sentença que a empresa vencedora da licitação fraudada – a Providence Auto Center – pertencia, de fato, a Antoun, que teria utilizado “laranjas”. “[Antoun] valendo-se de seu capital e influência política para enriquecer enriquecer-se em prejuízo ao erário, constituindo uma pessoa jurídica em nome de terceiro”, consta de sentença.

A Providence foi contratada emergencialmente em dezembro de 2014, por R$ 1,5 milhão, por meio de uma licitação realizada pelo Departamento de Transportes, vinculado à Secretaria de Administração e Previdência (Seap). Pelo contrato - que se tornou alvo da Operação Voldemort – a Providence deveria fazer a manutenção em veículos oficiais na região de Londrina, no Norte do estado.

Penas

Antoun foi condenado por integrar organização criminosa, por falsidade ideológica e por fraudar a Lei de Licitações (nº 8.666/1993). Pelo primeiro crime, a pena foi estipulada em seis anos e um mês de prisão. Para o crime de falsidade ideológica, o réu foi condenado a dois anos e quatro meses de reclusão. Segundo a decisão, o réu deve começar a cumprir a pena por esses crimes em regime fechado.

Pelo terceiro crime – fraude em licitações – Antoun foi condenado a cinco anos de detenção, que ele poderá começar a cumprir em regime semiaberto. Além disso, o primo do governador deverá pagar multa de 195 salários mínimos (que totaliza R$ 171,6 mil), além de 3,5% do valor do contrato que teria sido fraudado (chegando a R$ 45 mil).

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A Gazeta do Povo tenta contato com a advogado de Antoun, mas por enquanto ele não retornou as ligações.

Procurado, o governo do estado informou que “não é parte no processo e não houve nenhum desembolso em favor da empresa, que teve contrato cancelado.”