Parente do governador e mais seis viram réus em processo

O juiz da 3.ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, recebeu a denúncia oferecida na semana passada pelo Ministério Público contra o empresário Luiz Abi Antoun e mais seis pessoas que agora são acusadas de terem fraudado uma licitação do governo do estado. A concorrência resultou na contratação emergencial da Providence Auto Center para fazer o conserto dos carros do governo na região. De acordo com as investigações do Gaeco, a oficina pertenceria a Abi, parente do governador Beto Richa (PSDB).

Com o recebimento da denúncia, além de Abi, passam a ser réus no processo o empresário Roberto Tsuneda, sócio de Abi em outra empresa, a KLM; Ismar Ieger, suspeito de ser “laranja” de Abi na Providence; Paulo Roberto Midauar, empresário que teria feito a ponte entre Ieger e o Departamento de Transportes (Deto); Ernani Delicato, então diretor do Deto, que teria facilitado o processo; José Carlos Lucca, advogado de Abi, acusado de ter orientado juridicamente a fraude da licitação; e o policial militar Ricardo Baptista da Silva.

As outras promotorias e esferas que queiram investigar as denúncias de irregularidades apuradas pelo Gaeco na Operação Voldemort poderão ter acesso às provas, inclusive às interceptações telefônicas autorizadas pelo juiz da 3.ª Vara Criminal de Londrina.

Outro lado

O advogado Antônio Carlos Coelho Mendes, que defende Abi, tem dito que não comenta na imprensa os casos em que advoga. Mauro Martins, advogado de Ismar Ieger, disse que até esta segunda-feira (30) à tarde não teve contato com a decisão do juiz. Elizandro Pellin, que defende o também advogado José Carlos Lucca, afirmou que os atos do seu cliente estão tão somente adstritos ao regular exercício da profissão de advogado e não constituem crime. Os advogados dos outros réus não foram localizados nesta segunda à tarde pelo Jornal de Londrina.