O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou que seu partido tenha recebido "tratamento diferenciado" do Palácio do Planalto diante das recentes denúncias de que haveria um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura, que é comandado pelo PMDB. Sobre a crise deflagrada por denúncias de Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Sarney comentou que "parentes no governo sempre criam problemas, ou para o governo, ou para o parente".
Durante conversa com jornalistas na tarde de hoje, Sarney frisou que no regime de coligação de apoio ao governo, "todos são responsáveis por suas áreas". Defendeu que diante da comprovação das denúncias deve haver "punição severa" dos responsáveis. Sarney negou que exista um "clima de revanchismo" entre os partidos que dão sustentação política ao governo no Congresso. "Não vejo clima político diferente da nossa rotina, há sempre um clima de tensão com problemas que temos de digerir todos os dias", afirmou.
Atingido por denúncias no Ministério dos Transportes, o PR já sofreu inúmeras baixas, a começar pela demissão do ex-ministro Alfredo Nascimento, presidente nacional da legenda. Até hoje, já foram demitidos 27 servidores ligados à pasta e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Em contrapartida, o PMDB deflagrou uma "operação abafa" para conter a crise iniciada com as denúncias de Oscar Jucá Neto. Ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jucá Neto, denunciou, em entrevista à revista Veja, que o PMDB teria transformado a Conab e o Ministério em uma central de negócios partidários. O Ministério da Agricultura é comandado por Wagner Rossi, afilhado político do vice-presidente Michel Temer.
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