Campo Mourão Apesar de estar preso desde o dia 28, o vereador Márcio Fernando Calderari (PFL), de Campina da Lagoa a cerca de 490 quilômetros de Curitiba, no Oeste do Paraná foi reeleito presidente da Câmara Municipal, em sessão realizada na terça-feira. Acusado de participar de uma quadrilha que aplicava golpes em beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Calderari está na delegacia de Ubiratã, cidade vizinha.
Os advogados tinham entrado com um pedido na Justiça para que ele pudesse participar das sessões de segunda e terça-feira, mediante escolta policial. Com o posicionamento contrário do Ministério Público Estadual (MPE), que apresentou a denúncia contra Calderari, o benefício foi-lhe negado, por não haver previsão legal. O vice-presidente da Câmara, Alceu Manoel Gobbi (PFL), era o concorrente, mas perdeu por 5 votos a 3, em votação secreta.
A façanha da reeleição, segundo o diretor da Câmara, Maurino Pereira, está relacionada à "bondade" do vereador. "Ele é muito bom e só está preso porque foi acusado de agressão por um insano mental", afirma Pereira. Segundo ele, Calderari foi preso porque testemunhas alegaram que foram coagidas e agredidas pelo vereador. "Por isso o Ministério Público pediu a prisão dele, mas acredito na sua inocência."
Golpe
Calderari já havia sido preso no inicio de setembro na operação Campo Fértil, da Polícia Federal, junto a outras pessoas acusadas de participar de um esquema que aplicava golpes em beneficiários do INSS. O vereador foi encaminhado à delegacia da Polícia Federal em Cascavel, onde passou cinco dias detido. "Ele mexia com aposentadorias, fazia acordos com os beneficiários e, se a pessoa pudesse dar uma restituição ao vereador, ele aceitava, não cobrava de ninguém", diz Pereira.
Com a prisão do presidente reeleito, quem assume é o vereador e vice-presidente, Alceu Manoel Gobby (PFL). O mandato é de dois anos. No Ministério Público, os funcionários informaram que o caso do vereador corre em segredo de Justiça.
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