Deputados e senadores fecharam acordo nesta quinta-feira (12) em torno de um texto para a abertura de uma CPI mista para apurar o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, anunciou o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS).

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista toma como base operações da Polícia Federal - Monte Carlo e Vegas - que desvendaram supostas "práticas criminosas" e apontam envolvimento de pelo menos dois deputados federais e um senador com Cachoeira.

"Agora tem um acordo em relação ao texto que será utilizado na Câmara e no Senado, começa a coleta de assinaturas, e a partir disto, na semana que vem, nós teremos a instalação da CPI", afirmou Maia a jornalistas.

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O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), disse que o requerimento para abertura da CPI possibilita uma investigação ampla, por envolver tanto agentes públicos como privados, o que permite que "absolutamente todas as irregularidades que envolvem o senhor Carlinhos Cachoeira" sejam investigadas.

O texto abre a possibilidade de "aditamento de fatos" que se liguem ao objeto principal.

Maia não acredita que haja dificuldade na coleta de assinaturas para a instalação da CPI, uma vez que o texto fechado foi fruto de acordo inclusive com a oposição.

Depois de colhidas as assinaturas - são necessárias 171 na Câmara e 27 no Senado - os partidos devem indicar integrantes para a comissão, formada por 15 senadores e 15 deputados.

Maia afirmou que ainda não há decisão sobre a presidência e a relatoria da CPI, mas seria "natural" que o PMDB do Senado indicasse um presidente, enquanto o PT da Câmara, o relator.

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Uma vez estabelecida, a CPI terá 180 dias para funcionar.

Denúncias publicadas na imprensa apontam que Cachoeira, preso desde fevereiro pela Polícia Federal, teria ligações com parlamentares como os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO), além do senador Demóstenes Torres (sem partido -GO), que será investigado pelo Conselho de Ética do Senado devido a acusações de envolvimento com Cachoeira.