Brasília (Folhapress) – Integrantes da CPI dos Correios e do Conselho de Ética criticaram ontem a posição do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), em defender que os casos dos 16 parlamentares apontados como beneficiários do suposto esquema do mensalão sejam analisados individualmente e pelo menos cinco deles sejam arquivados pela Mesa Diretora.

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Izar citou na quinta-feira o nome de cinco deputados contra os quais, na sua avaliação, não há provas que os vinculem diretamente ao esquema de repasse de dinheiro de caixa 2 do PT e, portanto, deveriam ser arquivados pela Mesa por recomendação da Corregedoria.

São eles: Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Wanderval dos Santos (PL-SP), Roberto Brant (PFL-MG) e Sandro Mabel (PL-GO). Mabel, aliás, já enfrenta processo de cassação em curso no Conselho de Ética.

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Juízo de valor

"Acho que ele incorreu no erro ao fazer juízo de valor como presidente do Conselho, (dizer) se tem provas suficientes ou não, fez exatamente o que eu não quis fazer no relatório", afirmou o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que assinou o parecer listando os 16 deputados – além de Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Valdemar Costa Neto (PL-SP), que renunciaram ao mandato.

"Quem ler o meu relatório vai ver que eu esclareço justamente para não incorrer nesse erro, porque o fato de eu pensar de uma maneira, achar que uma pessoa deve ser absolvida, não significa que outro pense da mesma forma. Aquilo que para mim pode parecer irrelevante, que não tem força nenhuma, para outro membro pode parecer relevante", completou Serraglio.

Para o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), subrelator da CPI, a afirmação de Izar foi "equivocada" e revela "uma disputa com a Corregedoria".

"Uma declaração dessas pode parecer uma tentativa de contenção", disse.

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O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), que conduz uma sindicância encarregada de ouvir a defesa dos deputados acusados, respondeu diretamente à reclamação de Izar sobre a responsabilidade de a Corregedoria arquivar alguns casos.

"Essa polêmica não leva a nada, acho que tem que parar um pouco e cada um fazer o seu trabalho, é isso que estou tentando fazer", disse Ciro Nogueira.