Brasília (Folhapress) Tanto na Câmara quanto no Senado, os parlamentares avaliam que haverá um efeito cascata e outros políticos da base aliada envolvidos na denúncias do mensalão devem renunciar nos próximos dias. "Espero que outros sigam o caminho, porque assim facilitaria as coisas para o Congresso", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP). "O deputado Valdemar toma uma atitude corajosa, é uma decisão que outros parlamentares deveriam tomar. O deputado assumiu a sua responsabilidade e renunciou, num gesto que deve ser seguido por outros parlamentares", disse o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ).
O líder das minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse que Costa Neto foi "vítima e cúmplice" de um esquema de corrupção arquitetado pelo PT. "O erro do Valdemar, e que todos eles cometeram, foi se envolver no esquema que o PT montou. Tornaram-se vítimas e cúmplices do maior esquema de corrupção da história do Brasil, montado dentro do Palácio do Planalto."
Já o vice-presidente da CPI do Mensalão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), disse ter sido surpreendido pela notícia da renúncia. "Fui tomado de surpresa, mas em princípio me pareceu uma atitude precipitada", disse.
No Senado, a oposição recebeu como "confissão de culpa" e "prova do mensalão" a renúncia do deputado Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL.
"É uma confissão e é a primeira de uma série. Virão outras renúncias e algumas serão chocantes. É uma estratégia de anistia para tentar uma nova eleição e por si só comprova a existência do mensalão", disse o líder tucano Arthur Virgílio (AM).
Para o senador José Agripino (RN), líder do PFL, o efeito dominó acontece pela mágoa gerada pelo PT entre os aliados. "A atitude de Valdemar demonstrou uma mágoa muito grande com o PT, que induziu o PL à prática do crime e, na hora das investigações, deixou o partido sozinho."
Para a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), a confissão de Valdemar foi apenas ligada a verbas irregulares de campanha e é muito cedo para tirar conclusões sobre o suposto mensalão.