Levantamento realizado no Congresso sobre reforma política revelou que a maioria dos parlamentares (58,7%) é a favor do financiamento público de campanha. A pesquisa, feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), mostra também que 54% deles é favorável a uma "janela partidária" que permitiria a troca de legenda 13 meses antes da próxima eleição, marcada para outubro do ano que vem.
Atualmente, segundo entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), a troca de partido não é permitida, já que o mandato pertence à sigla, e não ao eleito.
Em pauta no Congresso, a reforma política é muito polêmica. E as contradições ficaram claras na pesquisa, segundo atestou o coordenador do levantamento e diretor de documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz. "O financiamento público só tem sentido se for adotada a lista pré-ordenada ou o voto distrital. Mas esses pontos não têm maioria suficiente para serem aprovados no Congresso", observou. "Os parlamentares mostram que querem o financiamento de campanha, mas não querem mudar regras."
A pesquisa ouviu 150 parlamentares 120 deputados e 30 senadores , considerados formadores de opinião, ao longo de dois meses. Em relação ao aumento do mandato do presidente, de quatro para cinco anos, e sem a possibilidade de reeleição para o mandato subsequente, apenas 23,3% se mostraram favoráveis.
Voto distrital
Segundo o levantamento, 53,3% dos entrevistados consideram que mudanças nas regras eleitorais e partidárias devem vigorar a partir de 2010. Em relação ao voto distrital, 46% afirmaram considerar o melhor sistema aquele em que o eleitor tem direito a dois votos: um na lista partidária e outro no candidato do distrito. Por este sistema, cada estado seria dividido em distritos, em número correspondente à metade do número de vagas da UF na Câmara Federal.
O levantamento registrou ainda que a maioria dos entrevistados (51,3%) defende a coligação apenas na eleição majoritária. No quesito inelegibilidade, a maioria (50,7%) considerou que deve ficar como está, ou seja, será inelegível o candidato julgado e condenado em última instância.
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