Ao longo da campanha eleitoral de 2014, ao menos 363 secretários parlamentares doaram dinheiro para os deputados ou senadores que os empregam. As contribuições foram feitas, em alguns casos, em grandes quantias de dinheiro, em outros, por meio de prestação de serviços gratuitos, contabilizados como doações em valores estimados. A grande maioria das práticas foi feita entre deputados e assessores: 307 empregados doaram para 125 deputados, contra 56 funcionários que beneficiaram 10 senadores. Somadas, as doações, nas duas casas, chegaram a R$ 1,38 milhão, de acordo com o portal Congresso em Foco. Quem encerrou sua participação nas eleições no dia 5 de outubro, tem até 4 de novembro para prestar contas ao TSE.
Entre os senadores que receberam dinheiro de parlamentares está o candidato derrotado ao governo do Rio Marcelo Crivella (PRB-RJ). Ele recebeu doações do analista legislativo Matias Batista, funcionário de seu gabinete. Com salário de mais de R$ 20 mil, Matias doou R$ 25 mil em dinheiro vivo no dia 5 de agosto. Mais três assessores contribuíram com um total de R$ 50 mil o caixa de campanha do senador. Os senadores eleitos governadores Wellington Dias (PT-PI) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) também registraram doações de funcionários de seus gabinetes.
A maior das contribuições nas duas casas foi feita pelo assessor José Maurício Braga, funcionário do gabinete do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG): R$ 43 mil. O valor representa cinco vezes mais que o salário recebido pelo funcionário, de R$ 8,7 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), consta, na segundo relatório parcial de arrecadação, divulgado em setembro, que o tucano arrecadou R$ 588 mil.
Por outro lado, o partido que mais engordou seus cofres com doações de assessores foi o PT. Metade dos deputados petistas da bancada atual, 44 parlamentares, receberam essas contribuições, que totalizaram R$ 498.767.
Também pertence ao PT o deputado que mais levantou recursos no próprio gabinete. Rubens Otoni (PT-GO) arrecadou R$ 73 mil vindos de 11 assessores. O valor representa um quarto do que aparece na segunda prestação parcial de contas do parlamentar. A assessora que fez a doação, Divina Maria de Oliveira, deu um valou R$ 100 superior ao seu próprio salário: R$ 8 mil.
Já o líder do PT na Câmara, Vicentinho, recebeu R$ 12 mil do assessor José Banhara, que tem salário de R$ 15,6 mil. Mário Nunes, outro funcionário do gabinete, que ganha R$ 12,9 mil, contribuiu com o mesmo valor do colega.
O segundo deputado que mais recebeu dinheiro de assessores foi Chico Alencar (PSOL-RJ). Ele conseguiu R$ 66,7 mil entre os funcionários de seu gabinete - a quantia representa 46% do total arrecadado por sua campanha até o relatório divulgado em setembro.
Já o secretário parlamentar João Antônio Caixeiro, que foi contratado no dia 18 de julho para o gabinete do deputado André de Paula (PSD-PE), fez uma doação gorda apenas cinco dias depois de começar no cargo. Com o maior salário do gabinete, de R$ 12,9 mil, doou R$ 10 mil para a campanha do deputado. Outro caso de doação superior a do próprio salário foi o secretário parlamentar Carlos Humberto Garrossino. Ele contribuiu com R$ 9 mil para a campanha do deputado Abelardo Camarinha (PSB-SP), eleito para a Assembleia Legislativa paulista.
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