Integrantes da CPI dos Sanguessugas, liderados pelo vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (MD-PE), pelo sub-relator Fernando Gabeira (PV-RJ) e pela senadora Heloísa Helena (PSOL - AL), começaram nesta segunda-feira a colher assinaturas para a prorrogação dos trabalhos da CPI até 30 de janeiro, limite máximo para a extensão do prazo. Para que isso ocorra, são necessárias 171 assinaturas de deputados e senadores, o que corresponde a um terço da Câmara e do Senado. Se não tiver seu prazo estendido, a CPI terá de encerrar seus trabalhos no próximo dia 19.
Segundo Jungmann, ainda não há um balanço do total de assinaturas angariadas, mas ele admite que "quanto antes elas forem conseguidas, melhor", já que a comissão só pode ser estendida depois que o requerimento de prorrogação com as assinaturas for lido pelo Congresso.
Os três iniciaram a mobilização depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), respondeu à consulta feita sobre a possibilidade de se prorrogar a CPI. Os parlamentares acham que, sem mais tempo, será impossível avançar em duas linhas importantes para a conclusão da segunda fase da comissão: as investigações sobre o dossiê contra os tucanos e as ramificações nas prefeituras e no Executivo federal da quadrilha que vendia ambulâncias superfaturadas com recursos provenientes das emendas parlamentares.
CPI aposta na Justiça para punir parlamentares suspeitos
Enquanto no Conselho de Ética da Câmara a maior parte dos deputados acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas pode escapar das punições, e os três senadores envolvidos no caso foram absolvidos no Senado, os processos criminais contra os parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF) podem não ter o mesmo fim. Pelo menos 12 dos 84 parlamentares investigados em inquéritos que tramitam no Supremo já foram indiciados pela Polícia Federal, que conduz as investigações.
São nestes processos judiciais em que os integrantes da CPI dos Sanguessugas apostam para que as irregularidades que envolvem parlamentares descobertas pela comissão e pela Polícia Federal sejam punidas.
A essa altura, só duas expectativas existem: a primeira foi a do julgamento popular e a segunda é a da Justiça. O resto sucumbe ao corporativismo e aos acordos políticos criticou Jungmann.
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