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Imagem de como seria o “Parlashopping” idealizado por Eduardo Cunha. | Divulgação
Imagem de como seria o “Parlashopping” idealizado por Eduardo Cunha.| Foto: Divulgação

Enquanto a Câmara dos Deputados segue paralisada em consequência da discussão do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o projeto mais polêmico de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Casa, segue tramitando. O “parlashopping” – como foi batizado o projeto de ampliação da Câmara, com construção de novos prédios, incluindo uma praça de alimentação, lojas e espaços de lazer – permanece com prazo aberto para manifestação de propostas até 28 de dezembro. O custo da obra é de R$ 1 bilhão.

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Segundo alguns deputados que fazem parte da Mesa Diretora, o projeto teria sido abandonado por causa da falta de interessados e da crise econômica. Entretanto, a 1.ª secretaria da Câmara, responsável pela obra, negou que o projeto tenha sido abandonado.

O “parlashopping” foi uma das promessas de Cunha na disputa pela presidência da Casa, em fevereiro. No fim de março ele criou uma comissão especial para auxiliar a Mesa Diretora e analisar o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), um trâmite pelo qual as empresas interessadas em fazer a obra precisam passar. No PMI ficou prevista a estruturação de uma parceria público-privada (PPP), meses antes de entrar em vigor uma lei que permitia tal associação – o texto que dá essa permissão à Câmara e ao Senado foi sancionado por Dilma em junho.

Desistências

Cinco grupos foram habilitados a participar do processo: Ceres Inteligência Financeira, Via Engenharia, Concremat, Planos Engenharia e o consórcio EMSA-Servi. Apenas a Ceres confirmou que continua no processo.

Ainda em maio, cinco grupos foram habilitados a apresentar os estudos de viabilidade da PPP. No fim de agosto, a Comissão Especial prorrogou o prazo para apresentação das propostas técnicas até 29 de setembro. Nessa data, porém, foi feita mais uma prorrogação, para 28 de dezembro – quando a Câmara já estará de recesso.

Questionamentos

Apesar de a preservação do patrimônio arquitetônico e urbanístico da Câmara ser uma das premissas do PMI, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que desconhece o projeto e que se pronunciará depois que tomar conhecimento. Segundo a deputada federal Erica Kokay (PT-DF), como Brasília é tombada pelo Iphan e a Praça dos Três Poderes não contempla áreas para o comércio, a obra seria irregular. Em outra frente, a Procuradoria da República do Distrito Federal elabora um procedimento preparatório para investigar possíveis irregularidades, a partir de uma representação do deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Estudos preliminares

A Câmara passaria a ter, além dos edifícios dos Anexo II e III, mais quatro blocos,
todos do Anexo IV, e uma praça de serviços. Veja como ficaria:

Bloco A

Edifício atual, inaugurado em 1981, com 10 andares, sem subsolo, abriga 432 gabinetes com aproximadamente 40 m² cada. Após ser reformado, passaria a abrigar 264 gabinetes, com aproximadamente 60 m² cada.

Bloco B

A ser construído, atenderia a áreas de interesse comum aos gabinetes e seria de ocupação exclusiva por órgãos da Câmara. Com 3 pavimentos de superfície e 3 em subsolo. Dois auditórios, um deles para 700 pessoas.

Bloco C

A ser construído, com 10 andares de superfície e 3 em subsolo, destinado a gabinetes parlamentares. Ele será semelhante ao atual Bloco A. Deverá abrigar 256 gabinetes parlamentares, com 60 m² cada.

Bloco D

A ser construído, com 3 pavimentos de superfície e 8 em subsolo, para garagens e áreas técnicas. Nas demais, durante a vigência da PPP, seriam de exploração comercial (restaurantes, bancos, lojas). Após, por órgãos da Câmara dos Deputados.

Praça de Serviços: localizada entre os Blocos C e D, reuniria a praça de alimentação, lojas e conveniências, com 3,5 mil m².

O novo complexo, se concretizado, somaria 332 mil m² para ser viabilizado pela PPP. Seria a reforma de 44,8 mil m² do Bloco A e 277 mil m² de novas construções, das quais 157 mil m² em garagens.

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