Em seu discurso no evento do PT que acontece na manhã deste sábado (14), na quadro do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma homenagem ao amigo e ex-ministro Luiz Gushiken, que morreu nesta sexta-feira (13) à noite em São Paulo, após longo tratamento contra um câncer. Lula também fez fortes críticas à imprensa, que segundo ele, teria sido injusta com o dirigente petista. "Gushiken foi uma das vítimas das mentiras de uma parte da imprensa desse país. Sei o que ele sofreu com as infâmias irresponsáveis", disse emocionado.

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Gushiken foi denunciado com outros líderes petistas no processo do mensalão em 2005. Acusado de peculato, o próprio procurador-geral Roberto Gurgel pediu sua exclusão do processo - e o Supremo Tribunal Federal o tirou da lista de réus em 2012.

"A imprensa que o perseguiu devia ter vergonha na cara e publicar uma manchete pedindo desculpas quando ele foi inocentado. O jornalista canalha que o acusou devia pedir desculpas", afirmou no evento. Lula contou que foi visitar Gushiken recentemente no hospital e que ficou muito impressionado. "Vi esse companheiro definhando. Nunca vi uma pessoa definhando em vida como ele", disse.

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O discurso do presidente foi abreviado pelo velório de Luiz Gushiken, que acontece desde as 7h no cemitério do Redentor, na Zona Oeste de São Paulo. O ex-presidente Lula, acompanhado de alguns ministros do governo Dilma Rousseff já estão de saída do evento do PT, no centro, e seguirão para o cemitério onde o corpo de Gushiken será sepultado às 16h.

José Américo: Gushiken sofreu com acusação do mensalão

Luiz Gushiken sofreu muito com a acusação do processo do mensalão em 2005, do qual foi retirado da lista de réus em 2012, e estava muito mal na última quinta-feira (12), de acordo com o presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo, José Américo. Ele citou ainda a "serenidade" com a qual ele enfrentou o câncer no estômago por 12 anos, "trabalhando sem parar". "Só quando não teve mais condição, ele foi abatido pela doença. Foi uma perda irreparável", disse ele, em conversa com jornalistas.

Américo contou que Gushiken já estava muito debilitado fisicamente e, embora já soubesse que iria morrer, enfrentou isso com coragem. Sobre a absolvição dele da acusação do mensalão, Américo disse que o ex-ministro se sentiu bem. "A acusação (no processo do mensalão) foi infundada, gratuita e leviana. Não tinha absolutamente nenhuma prova contra ele", destacou o presidente da Câmara dos Vereadores.

Ele disse ainda que Gushiken foi um dos maiores quadros do Partido dos Trabalhadores e da esquerda latino-americana e que, antes de tudo, foi militante de uma "perspicácia e capacidade fora do comum". Segundo Américo, o ex-ministro teve influência muito grande na formação do PT e depois nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"Ele foi talvez uma das pessoas mais próximas que existiu do presidente Lula", disse Américo. Ele informou que Lula está a caminho do velório de Gushiken. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, acaba de chegar. Ele resumiu, em conversa com a imprensa, que o ex-ministro foi uma referência e uma pessoa do bem. Sobre o mensalão, declarou: "isso já foi julgado".