Mesmo antes de anunciar oficialmente a escalação do secretariado para o próximo mandato, o governador Roberto Requião (PMDB) já adiantou a aliados mais próximos quem são os nomes que terão participação certa na sua equipe. Pelo menos nove integrantes do primeiro escalão já estão assegurados para continuar ocupando os mesmos cargos, entre eles, os dois irmãos do governador, Maurício Requião (secretário da Educação) e Eduardo Requião (superintendente do Porto de Paranaguá).
Na lista dos intocáveis no governo estão os secretários que ocupam as pastas mais importantes como Heron Arzua, (Fazenda), Luiz Fernando Delazari (Segurança Pública), Rafael Iatauro (Casa Civil), Luiz Forte Netto (Desenvolvimento Urbano), Maria Marta Lunardon (Administração), Sérgio Botto de Lacerda (procurador-geral) e Ligia Pupato (Ciência e Tecnologia).
Outros integrantes do grupo mais próximo do governador vão ser remanejados para outras pastas, como Aldair Rizzi, que estava na Ciência e Tecnologia, mas deixou o cargo para disputar a eleição para deputado federal. Como não foi eleito, retorna para o governo na superintendência do Lactec.
Nestor Bueno, que está como secretário do Planejamento desde a saída de Reinhold Stephanes, eleito deputado federal, volta a ser diretor-geral da Secretaria da Fazenda. A secretaria do Planejamento é um dos postos de destaque ainda sem definição. O governador está escolhendo também nomes para ocupar o comando de pastas como Saúde, Obras Públicas, Meio Ambiente, Agricultura, Transportes, Trabalho, Justiça e Criança.
A principal dúvida é a Secretaria de Comunicação Social. Lideranças do PMDB, incluindo a maioria da bancada na Assembléia Legislativa, querem mudanças na área, com a substituição de Aírton Pisseti. O governador, segundo aliados, ainda estaria analisando o assunto, mas dificilmente mexerá no cargo de Pisseti.
Autarquias que têm peso de secretaria também estão pendentes, como o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), DER, Imprensa Oficial, Paranaesporte, Cohapar, Teatro Guaíra e outros cargos de segundo escalão. Os espaços devem ser preenchidos por aliados que não conseguiram se eleger deputado estadual ou federal na eleição de outubro.
Os petistas que trabalharam na campanha do governador no segundo turno devem ser indicados para duas ou três pastas, entre elas, a do Trabalho, que já está nas mãos do partido com Padre Roque Zimerman. A Secretaria do Planejamento e a Secretaria da Criança também podem ficar com o PT. O ex-prefeito de Guarapuava, Victor Hugo Burko (PL) é outro que tem vaga assegurada no governo.
Espera
Atuais secretários que não receberam sinal verde de Requião para permanecer no governo estão preocupados com a indefinição. Temem passar o Natal sem saber se terão emprego nos próximos quatro anos ou se vão para casa.
Apesar de conhecer o estilo do governador, que não aceita interferências na escolha dos nomes do seu secretariado, o presidente do PMDB do Paraná, Dobrandino da Silva, espera poder discutir algumas mudanças que considera necessárias no governo. "Imagino que já teremos substituições em janeiro. É salutar uma renovação", diz.
Segundo o deputado Alexandre Curi (PMDB), que tem ligação muito próxima a Requião, o governador já fez o planejamento do secretariado na cabeça enquanto esteve na França. Só falta oficializar.
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