A participação do PP no governo Lula divide o partido no Paraná. A posse do advogado e diplomata Márcio Fortes de Almeida, na sexta-feira, como ministro das Cidades, não foi bem recebida pelo presidente estadual do partido, Dilceu Sperafico. Apesar de não ser filiado, Márcio Fortes foi indicado pelo PP através do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PE). Para Sperafico, não é momento de entrar na equipe do presidente Lula. "É o final de mandato de um governo cheio de problemas de corrupção. Não tínhamos ministério até agora e não deveríamos aceitar", disse.
O presidente municipal do PP, vereador Ney Leprevost, vai mais além e defende o afastamento completo do partido do governo petista. O mandato do presidente, segundo ele, deve ser concluído, mas está fadado a um fim melancólico. "Acho Lula sério, mas incompetente para governar o Brasil", afirmou, lembrando que trabalhou na campanha do tucano José Serra para a Presidência da República.
Dentro do próprio partido, existem outras lideranças que consideram importante participar do governo e ocupar ministérios. O segundo-secretário da Assembléia Legislativa, Geraldo Cartário, disse que o Paraná pode ser beneficiado com o orçamento de R$ 15 bilhões previsto para o Ministério das Cidades este ano e que será destinado a obras como construção de casas, rede de esgoto e asfalto.
Como deputado municipalista, Cartário disse que já está entrando em contato com prefeitos de sua base e sugerindo a apresentação de projetos para serem encaminhados ao novo ministro. O deputado também encaminhou ao presidente Severino Cavalcanti votos de congratulações pela indicação de Fortes e reivindicou ao deputado que interceda para agilizar a liberação de recursos para o Paraná.
Para Geraldo Cartário, o PP não pode ficar omisso diante de um governo que enfrenta grandes dificuldades. "Nosso partido tem reservas morais e técnicas acima de qualquer suspeita. Se o Lula tivesse escolhido pessoas assim desde o começo do mandato não teria a dor de cabeça que está tendo agora", avaliou. (KC)
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