Apesar da aliança nacional formada entre a Rede Sustentabilidade e o PSB, o que aproximou o governador de Pernambuco Eduardo Campos e a ex-ministra do meio ambiente Marina Silva, os partidários da Rede nos estados não têm nenhum compromisso com os candidatos do PSB nas eleições locais. A informação foi divulgada por Marina Silva no início da noite desta quinta-feira (24), em Curitiba.
Segundo Marina, eventuais alianças estaduais serão definidas posteriormente. "Não há nenhuma obrigação em relação a desdobrar, nos estados, o que estamos trabalhando no plano nacional. Onde houver compatibilidade programática, isso vai acontecer", destacou. Ela citou, por exemplo, o caso do Amazonas, onde há possibilidade de agendas conjuntas, mas ressaltou que, no Paraná, a Rede se mantém independente.
A fundadora da Rede voltou a dizer que não tem interesse em ser candidata nas eleições de 2014. "Eu disse mil vezes que não tenho como objetivo de vida ser presidente do Brasil. Meu objetivo é lutar para que o país e o mundo possam ser melhores", comentou. Ela explicou, no entanto, que seria candidata à presidência se isso fosse necessário para melhorar o país e o mundo. "A candidatura do Eduardo [Campos] está posta", acrescentou.
Marina veio à capital paranaense para participar da "I Jornada de Estudos", evento promovido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) que tem como tema "Jovens em tempos de transformação". Ela foi convidada a dar uma palestra sobre os jovens e a política no Brasil contemporâneo.
Aliança polêmica
Após ter o pedido de registro para seu partido, a Rede Sustentabilidade, negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ex-senadora se filiou ao PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no último dia 5.
Marina veio a Curitiba em meio a um impasse no PSB local. O PSB do Paraná é aliado do PSDB -- o ex-prefeito de Luciano Ducci é filiado ao partido e assumiu a prefeitura em 2010, quando o então prefeito Beto Richa (PSDB) deixou o cargo para disputar o governo do estado. O partido integra o governo Richa, mas condiciona o apoio à reeleição do tucano a um palanque para Eduardo Campos no estado em 2014. Na semana passada, no entanto, o senador mineiro Aécio Neves, possível candidato à Presidência, que os tucanos não poderão dividir o palanque com Campos durante a campanha do ano que vem.
Além disso, a adesão de Marina ao PSB desagradou a setores da Rede. Muitos militantes avaliam que o partido de Campos não tem uma agenda ligada ao meio ambiente e à sustentabilidade. No Paraná, também pesou negativamente a aliança com o PSDB e a maioria dos militantes que aguardava a criação da Rede não migrou para o PSB, identificado com o grupo que administrou Curitiba nas gestões de Jaime Lerner, Cassio Taniguchi, Beto Richa e Luciano Ducci. Muitos apoiadores da Rede seguiram ou voltaram para o PV, partido pelo qual Marina disputou a eleição presidencial de 2010.
PR na campanha
Na próxima terça-feira (29), o Paraná deve receber mais uma visita importante: a da presidente Dilma Rousseff (PT), que, segundo o deputado federal André Vargas (PT), visitaria Foz do Iguaçu e, talvez, Curitiba.
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