Milão - O partido italiano governista Alleanza Nazionale (Aliança Nacional, ou AN, de direita) deve fazer uma manifestação amanhã em Milão, no norte da Itália, para pedir a extradição do ex-terrorista italiano Cesare Battisti, ao qual o Ministério da Justiça do Brasil concedeu asilo político. Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos entre 1977 e 1979.
Segundo informações da agência italiana Ansa, o protesto contará com a presença do presidente da AN e do ministro da Defesa, Ignazio La Russa. A manifestação deverá sair da Praça San Babila, na região central de Milão, e irá até a Torre Velasca. É a segunda manifestação que a AN organiza pela extradição de Battisti. Em 24 de janeiro, no primeiro evento, o dirigente regional da AN na região da Lombardia, Carlo Fidanza, propôs o cancelamento do amistoso de futebol entre as seleções do Brasil e da Itália, que ocorrerá em Londres na terça-feira. A proposta foi rechaçada pelo governo italiano.
Moção
Quinta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma moção que pede ao Brasil que revise a decisão do ministro da Justiça do país, Tarso Genro, e extradite Battisti à Itália.
Apenas 54 dos 785 deputados europeus estavam no Parlamento em Estrasburgo (França). Dos 78 deputados italianos, apenas 6 estavam presentes e votaram a favor da extradição: Roberta Angelilli e Cristiana Muscardini, ambas da AN; Mario Mauro da Forza Itália (centro-direita); Mario Borghezio (da Lega Nord, ultradireita); Iles Braghetto, da União da Democracia Cristã (centro); e o único deputado da centro-esquerda que estava no local, Vittorio Prodi, do Partido Democrático (PD), de acordo com informações publicadas pelo jornal milanês Corriere della Sera.
A moção da União Europeia não autoriza sanções contra o Brasil.