Perfil
Os "piratas" brasileiros têm em média entre 18 e 40 anos e tipicamente moram nas metrópoles brasileiras como Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Salvador. Boa parte deles trabalha com programação de computadores. Mesmo os que não trabalham na área, têm na rede mundial de computadores muito mais que um hobby. "Conheci o partido navegando na internet. Bati o olho e me identifiquei na hora", diz Fabrício, que é formado em História.
O Partido Pirata realiza sua primeira Assembleia Nacional neste fim de semana, em Curitiba, com o objetivo de formatar seu programa político e reformar seu estatuto. Ainda iniciando a coleta de assinaturas para a formalização da legenda perante a Justiça Eleitoral, os "piratas" brasileiros tentam seguir os passos das legendas similares europeias que, inclusive, já elegeram representantes para o Parlamento da Europa e para legislativos da Islândia, Alemanha e Suécia.
Nascido na Suécia, em 2006, inicialmente para defender o direito ao compartilhamento de arquivos na internet e questionar a posição da indústria do entretenimento sobre direito autoral, o partido pirata tem, aos poucos, avançado em sua pauta. É o que também ocorre com a sigla no Brasil.
"Nosso enfoque principal é nas liberdades civis que vão da privacidade dos usuários na rede, passando pelo direito ao uso de drogas, eutanásia e direito das mulheres ao aborto", afirma Fabrício Leal de Souza, coordenador da legenda na Região Sul.
Segundo ele, o que diferencia o partido de outras legendas é a preocupação com os direitos individuais. "Não se pode limitar os direitos das pessoas por uma ideologia", afirma. Sobre a tradicional divisão entre direita e esquerda, ele arrisca um posicionamento: "Na minha opinião somos uma espécie de esquerda libertária. Temos uma organização e algumas bandeiras diferentes da esquerda tradicional e, ao mesmo tempo, não compartilhamos da obsessão dos libertários tradicionais com o lucro e a questão econômica."
Encontro
A Assembleia do Partido Pirata acontece no Impact Hub Curitiba, um escritório compartilhado, voltado para projetos de impacto social e para iniciativas colaborativas. São esperados cerca de 100 participantes para o evento. "Vem gente de todo Brasil, mas não temos recursos para bancar ninguém. Então fizemos uma compra coletiva de comida e oferecemos cama para quem é de fora. Teve gente daqui que colocou os pais em outro endereço para abrigar os companheiros de partido", diz Fabrício. Segundo ele, quem não é filiado mas quer conhecer as ideias do Partido Pirata será bem-vindo.
Mais informações no site http://partidopirata.org/
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião