O apoio à permanência no cargo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), manifestado nesta quarta-feira, 11, em nota assinada por líderes de 13 partidos (PR, PMDB, PSC, PP, PSD, PTB, SD, PEN, PMN, PRP, PHS, PTN, PT do B) e lida em plenário pelo deputado André Moura (PSC-SE), não se converteu em adesão no plenário a propostas que interessam ao peemedebista. No mesmo dia, parlamentares dessas mesmas legendas garantiram a aprovação da chamada “emenda anti-Cunha” no projeto de lei da repatriação de recursos votado pela Câmara.
A emenda foi apelidada de “anti-Cunha” porque proíbe que políticos, funcionários públicos e seus parentes de até segundo grau sejam beneficiados pelo projeto que autoriza a regularização de dinheiro e bens enviados ao exterior sem declaração à Receita Federal. Cunha é alvo de investigação da Operação Lava Jato e de uma representação no Conselho de Ética da Câmara por suspeita de manter quatro contas na Suíça, cujos beneficiados seriam sua mulher e filha, além dele próprio.
Aprovada por 351 parlamentares, a emenda “anti-Cunha” contou com votos de 140 deputados filiados às legendas que subscreveram a nota de apoio ao peemedebista. Entre eles, 23 são do PMDB, partido do presidente da Casa. Aliados do peemedebista filiados a outros partidos, como o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), também subscreveram a emenda.
Para o deputado André Moura (PSC-SE), o comportamento dos parlamentares durante a votação só demonstra que a “emenda anti-Cunha” não foi feita sob encomenda para prejudicar o presidente da Câmara. “Se fosse, teríamos trabalhado e pedido aos deputados destes partidos para poder votar a favor (do presidente). E não fizemos isso”, disse o parlamentar. “Em momento algum conversamos ou pedimos que algum parlamentar dos 13 partidos para votar. É uma prova maior que a emenda que estão apelidando não era, diferente do que estão aplidando, voltada para atender ao presidente Eduardo Cunha. Tanto é que ele deixou todo mundo livre para votar como quiser”, disse.
Aliado de Cunha, o deputado Luis Carlos Heize (PP-RS), que votou pela aprovação da emenda, disse que seu comportamento na votação nada tem a ver com o apoio ao presidente da Câmara. “Já trabalhava contra o projeto desde antes. A emenda foi consequência”, disse.
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