Mesmo com sessão fechada e restrita aos membros da CPI da Petrobras, o delator da Operação Lava Milton Pascowitch manteve a decisão de permanecer em silêncio, segundo relato de deputados.
A reunião foi fechada após questão de ordem apresentada pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que questionou a orientação da defesa de Pascowitch. O parlamentar alegou que, se a delação premiada já foi homologada pela Justiça, o delator tinha obrigação de falar aos parlamentares sob risco de perder os benefícios do instituto legal.
Sergio Moro recomenda acordo de leniência para empreiteira OAS
O juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, recomendou um acordo de leniência à empreiteira OAS em sentença que condenou executivos ligados ao grupo por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Leia a matéria completa“Na minha colaboração, existe uma condição que me impõe esse sigilo até mesmo na CPI. Mesmo que se transforme em reunião fechada, permanecerei em silêncio”, explicou o delator.
Pascowitch disse à Justiça que fez pagamentos de R$ 10 milhões, em espécie, na sede do PT em São Paulo. Segundo ele, o valor saiu de um total de R$ 14 milhões em propinas de contrato de obras de cascos replicantes (que têm produções idênticas) na Petrobras.
Por conta do depoimento de Pascowitch, o juiz Sergio Moro decretou a prisão de Dirceu nesta semana. O lobista contou que parte da propina vinda de contratos sob responsabilidade da diretoria de Serviços da Petrobras bancou as reformas da casa do petista, em Vinhedo (SP), e de um apartamento do irmão, Luiz Eduardo, na capital paulista, além da compra de um imóvel para a filha e despesas de aluguel de um jatinho.
Pascowitch é acusado de ter operado propina, em nome da Engevix, na diretoria de Serviços, considerado braço petista no esquema. O lobista teve a prisão preventiva transformada em domiciliar após firmar acordo de colaboração com a Justiça. Sua delação serviu de base para a 17ª etapa da Operação Lava Jato.
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