Passageiros que embarcariam na noite desta sexta-feira num cruzeiro pela costa brasileira no porto de Santos, em São Paulo, ficaram literalmente a ver navios. A empresa que organiza a viagem vendeu mais passagens do que o número de lugares disponíveis e pelo menos 50 pessoas não puderam embarcar. A bagagem dos passageiros já havia sido despachada e eles só vão ter as malas de volta na segunda-feira.

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A fisioterapeuta Carolina Fusca e o supervisor de qualidade Felipe Ansona planejavam o aniversário de namoro em alto mar. Mas o romantismo deu lugar à frustração.

- A gente queria comemorar, descansar, fugir um pouco do cotidiano, do trabalho, da selva de pedra de São Paulo para passear. Agora estamos presos aqui, sem nem ter como voltar pra casa - disse Felipe.

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O comerciante Nilso Pelate veio de Santa Catarina e viajou mais de 700 quilômetros para se divertir com amigos: mas só metade da turma embarcou.

- O pessoal demorou para botar a gente pra dentro. Nessa situação, deixamos as meninas entrarem primeiro e elas ficaram nos esperando. Só que elas estão sem dinheiro, sem cartão de crédito, sem nada - contou.

A empresa responsável pela viagem ainda não tem uma explicação para o incidente nem o número exato de turistas que não embarcaram, mas garantiu que ninguém vai ficar na mão e descartou que o motivo tenha sido a venda de mais passagens que lugares.

- A gente não trabalha com overbooking. Não sabemos se foi passageiro que chegou tarde, o que aconteceu exatamente. Vamos avaliar. As pessoas que pagaram a tarifa cheia mais a tarifa de embarque, vão ser reembolsadas com outro cruzeiro, caso a empresa seja culpada pelo transtorno - afirmou o representante da Island Cruises-Island Scape, Igor Machado.

Os passageiros registraram boletins de ocorrência no posto da polícia e ainda buscavam respostas no terminal.

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Como não há navios a todo momento, o Procon diz que, neste caso, o consumidor pode pedir, não só a passagem de volta, como também uma indenização por perdas e danos. E se por acaso o passageiro decidir por uma outra viagem mais cara, a empresa é obrigada a acomodá-lo sem custo adicional.