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Mesmo sendo um dos estados que mais vão perder receitas com as novas regras de distribuição de royalties do petróleo aprovadas no Congresso Nacional, São Paulo não irá se engajar mais intensamente ao movimento encabeçado por Rio de Janeiro e Espírito Santo. O governador do estado, Geraldo Alckmin, não vai participar da passeata organizada pelo Rio na próxima segunda-feira (26). Enquanto isso, Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, um dos maiores produtores de petróleo juntamente com o Rio, já confirmou presença, com uma comitiva de cem pessoas, como antecipou nesta quarta-feira (21) o colunista do jornal O Globo, Ancelmo Gois.

De acordo com o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, Alckmin vai esperar a publicação da lei pela presidente Dilma Rousseff para definir uma ação mais efetiva. Os estados produtores esperam o veto da presidente na lei que redistribui os royalties do petróleo. Com o projeto aprovado no Congresso, o Rio deve perder R$ 77 bilhões até 2020, somente de campos que já foram licitados.

"Sempre tem a expectativa de que haja uma mudança favorável", diz Aníbal, reconhecendo que a presidente aparentemente não se sensibilizou com os apelos pelos vetos à lei.

Para ele, as compensações financeiras previstas pelo projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) serão insuficientes para cobrir as perdas de receitas que os municípios confrontantes e atingidos das áreas de exploração sofrerão. Aníbal não tem valores das perdas que São Paulo terá, mas lembra que o estado deverá responder por até 40% da produção do pré-sal na Bacia de Santos em 2020. Hoje, o governo arrecada R$ 100 milhões anuais com royalties, enquanto que os municípios paulistas (confrontantes e atingidos) ficam com R$ 380 milhões.

O governo do Rio vai decretar ponto facultativo na próxima segunda-feira, a partir das 14 horas. Nesse dia e horário está marcada o início da passeata. As roletas da Supervia, Metrô e Barcas serão liberadas das 13 horas às 15 horas e das 20 horas às 22 horas para garantir a presença da população na manifestação "Em defesa do Rio, Veta Dilma".

Nesta quinta-feira (22), está prevista reunião do governo do Rio e da bancada sobre as estratégias para manter a arrecadação dos campos já licitados.

"É ilógico o que pretendem", diz Martinho da Vila

Os artistas, por sua vez, começam a se mobilizar. Martinho da Vila, que participou da última manifestação em novembro do ano passado, diz que "provavelmente vai à manifestação":

"Fui da outra vez e assino embaixo de qualquer coisa em favor do Rio. É ilógico o que pretendem, acredito que a presidente Dilma vai vetar o projeto. Senão todas as riquezas que estão nos outros estados têm que ser divididas com o Rio também. Há compromissos firmados contando com essa arrecadação. Temos as Olimpíadas, concorremos contando com essa garantia".

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