O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, quer que o conselho de administração do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) designe uma diretoria temporária para o órgão ainda nesta sexta-feira para tirá-lo da paralisia administrativa.
Passos explicou durante entrevista coletiva do balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que assinou um decreto dando poderes ao conselho administrativo para nomear os diretores temporários.
"Estamos vivendo uma situação atípica no Dnit e depois das demissões dos diversos diretores é necessário garantir todas as condições para que a administração do órgão possa ocorrer de forma regular", comentou o ministro.
Segundo ele, a exoneração de pessoas na área de transportes continuará até que a reestruturação no setor seja completada. Além das mudanças nos quadros da área, Passos também está fazendo uma revisão geral de todos os projetos da pasta.
Uma das mudanças já determinadas é que todas as licitações só serão feitas com base em projetos executivos, evitando assim muitos dos aditivos contratuais que são alvos de denúncias na área.
O ministro disse que no início da próxima semana a presidente Dilma Rousseff enviará ao Senado as novas indicações para a diretoria efetiva do Dnit. Até agora, o único nome ventilado para ocupar um dos cargos é o do gerente de engenharia e investimentos de rodovias da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Deuzedir Martins.
CONGRESSO
Passos não demonstrou preocupação com a possibilidade de ser convidado a prestar explicações no Congresso Nacional sobre as denúncias de corrupção na área de transportes. "Se eu for convidado a prestar esclarecimento, certamente estarei disposto a ir e prestar todos os esclarecimentos nas duas Casas", disse.
Contudo, a data e para quais comissões ele prestará explicações ainda será definida, segundo Passos, junto com a área política do governo.
O ministro afirmou que tem mantido diálogos frequentes com lideranças e parlamentares do Partido da República (PR), ao qual é filiado. A legenda foi alvo da denúncia de que estaria sendo beneficiada com propinas cobradas nos contratos firmados por meio do Dnit e da Valec, a estatal que controla as ferrovias federais. O PR nega as acusações.
Apesar do contato periódico com o PR, Passos disse que não deixará de promover a devassa nos transportes. "Acho que o que estou fazendo no Ministério dos Transportes no momento é a coisa certa e se estou fazendo a coisa certa tenho que continuar na direção que estou seguindo", comentou.
Desde que assumiu a pasta no começo do mês, Passos já afastou quase duas dezenas de servidores e tem carta branca da presidente para continuar fazendo mudanças.
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