Dilma Rousseff foi a presidente da República que menos desapropriou terras e que menos assentou famílias no programa de reforma agrária. A conclusão é da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2014, apenas 6.289 famílias foram assentadas no país. Nos quatro anos de seu primeiro mandato, a gestão de Dilma assentou 103.746 famílias. A CPT assegura que esses são os dados oficiais do governo. Segundo a entidade, 73% do total de assentados são referentes a processos que se iniciaram no governo anterior, o de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, a CPT diz que "o número (6,2 mil famílias assentadas) é obsceno se comparado ao volume de mais de 200 mil famílias sem-terra que se encontram atualmente mobilizadas pela reforma agrária no país".
A pastoral diz ainda que o governo Dilma foi o que menos demarcou terras indígenas, quilombolas e que menos criou reservas extrativistas. "Em contrapartida, foi o que mais apoiou o agronegócio e os grandes empreendimentos capitalistas", diz a comissão, que apostou, diz o texto, no governo Dilma para alavancar a reforma agrária.
Os dados oficiais do Incra confirmam que o número de famílias assentadas nos três primeiros anos do primeiro mandato de Dilma foram os piores desde que se iniciou a série histórica dessa contabilidade, em 1995. O governo ainda não fechou os números de 2014, que só acontece em fevereiro. Em 2013 foram assentadas 30.239 famílias; em 2012, 23.075 famílias; em 2011, 22.021 famílias. Anteriormente, o pior ano em número de famílias assentadas foi em 2010, último ano de Lula, com 39.479 famílias assentadas.
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