O ex-ministro Paulo Bernardo apresentou nesta semana o rol de testemunhas de defesa no processo da Lava Jato que responde no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu junto com a mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues em uma das primeiras denúncias apresentadas pelo Procurador-Geral da República Rodrigo Janot referentes à operação.
Entre as testemunhas de defesa convocadas por B ernardo estão o ex-presidente Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho, o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e o ex-secretário do Ministério do Planejamento Genildo Lins de Albuquerque Neto. Na semana passada, a senadora Gleisi Hoffmann também apresentou a lista de testemunhas de defesa ao STF. Ela pediu para ouvir a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Roberto Requião (PMDB), entre outros.
Também nessa semana, o empresário Ernesto Kugler Rodrigues apresentou a lista de testemunhas que devem ser ouvidas em sua defesa na Suprema Corte. Entre os nomes estão delatores da Lava Jato, como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e Rafael Ângulo Lopez, que atuava como entregador de dinheiro para Youssef.
Segundo o a Procuradoria Geral da República, Paulo Bernardo teria pedido R$ 1 milhão a Costa para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. O valor teria sido operacionalizado por Youssef e entregue através de Rodrigues.
As defesas de Gleisi e Paulo Bernardo apostam na contradição entre os depoimentos de Costa e Youssef relativos a entrega de R$ 1 milhão a campanha da petista. Segundo a defesa de Bernardo, parte do depoimento de Youssef foi degravada pela metade. Os advogados alegam que no depoimento, o doleiro disse que a sigla “PB” encontrada em sua agenda e interpretada como Paulo Bernardo pelos investigadores seria na verdade “PR”, em uma referência a Paulo Roberto Costa. A defesa pede que o depoimento seja transcrito na íntegra para valer como prova no processo.
Os advogados do ex-ministro também lembram que o Ministério Público Federal (MPF) pediu que o acordo de Costa seja desconsiderado pelo juiz federal Sergio Moro em um dos processos a que o ex-diretor responde em Curitiba porque os depoimentos prestados por ele teriam contradições e inverdades.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, não tem prazo para analisar as defesas prévias de Gleisi, Paulo Bernardo e Ernesto Kugler. Os depoimentos das testemunhas de defesa também não foram marcados ainda e fazem parte da fase inicial do processo.
A ação penal que tramita no Supremo é resultado da primeira “lista de Janot” com nomes de políticos a serem investigados no STF, em março de 2015. Além desse processo, há outros quatro em tramitação na Suprema Corte. Na época, Janot listou quase 50 políticos que deveriam ser investigados na Lava Jato pela Suprema Corte.