A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e mais 19 envolvidos na operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato que investiga desvios de recursos da pasta iniciados quando o petista estava à frente dela.
De sexta (20) até esta segunda (1º), os procuradores ofereceram três denuncias. A maior delas é a primeira e inclui nomes como o do ex-ministro Paulo Bernardo e outros 12 alvos suspeitos de crimes de formação de organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
O esquema que perdurou de 2009 até 2015, quando foi deflagrada a operação Pixuleco, envolveu a celebração de um Acordo de Cooperação Técnica que representava o Ministério do Planejamento e duas entidades que representavam a Consist. O acordo deu ao Consist a função de gerir empréstimos consignados a servidores públicos e cerca de 70% do faturamento líquido da empresa foi destinado a parceiros do esquema.
As investigações dividiram os alvos em três grupos: agentes políticos, a empresa Consist e seus parceiros e parceiros eventuais.
O ex-ministro Paulo Bernardo integra o grupo de agentes políticos juntamente com Duvanier Paiva e Nelson de Freitas, apontados pelos procuradores como os responsáveis por instalar o esquema no Ministério do Planejamento a mando do ex-ministro petista.
“Paulo Bernardo nomeia essas pessoas mas ele não aparece formalmente. No entanto, tinha a consciência de tudo. Ele tomara as decisões e determinava que os seus funcionários as executassem. Cerca de R$ 7 milhões foi destinado ao núcleo de Paulo Bernardo”, afirmou o procurador Andrey Borges de Mendonça em coletiva de imprensa neta segunda.
Segundo os procuradores, e-mail apreendido nas investigações apontam Paulo Bernardo como o “patrono” da organização.
Freitas, que está preso preventivamente, era diretor do departamento de administração de sistemas de informação, e Paiva, falecido em 2012, era funcionário do Ministério do Planejamento.