Bernardo (na extrema direita) e Vargas (na ponta da esquerda): prisão do ex-deputado em abril do ano passado deixou o ex-ministro apreensivo.| Foto: Roberto Dzirura Jr./Gazeta do Povo/Arquivo

O ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo (PT) tinha medo de ser preso desde o dia 10 de abril de 2015. Naquela data, há pouco mais de um ano, o ex-deputado federal André Vargas era levado à prisão durante a 11.ª fase da Operação Lava Jato. Vargas era conhecido por aliados como o “operador” de Paulo Bernardo desde que o ex-ministro era deputado federal pelo Paraná.

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Quando o ex-secretário de comunicação do PT foi preso, no ano passado, Bernardo deixou transparecer sua preocupação a amigos. Achava que seria o próximo. Vargas foi investigado por ter usado um avião alugado pelo doleiro Alberto Youssef, operador de propina na Petrobras. Teve o mandato cassado e, depois, desfiliou-se do PT por risco de ser expulso do partido. A maior parte dos petistas tinha conhecimento da ligação entre Vargas e Bernardo e muitos integrantes do governo Dilma e da cúpula do PT sabiam do risco que o ex-ministro corria diante das investigações.

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Itaipu

Em agosto do ano passado, Dilma precisou suspender a nomeação de seu ex-ministro das Comunicações para a diretoria-geral brasileira da hidrelétrica Itaipu. A então presidente da República estava convencida a nomear o aliado mas foi alertada pelo então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a não fazê-lo. Ele disse que Paulo Bernardo poderia ser alvo da Polícia Federal a qualquer momento, o que irritou a mulher do ex-ministro, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).