Ameaçado de expulsão pela Executiva Nacional do DEM, o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), entregou sua carta de desfiliação ao partido nesta terça-feira (23). A informação foi confirmada pelo presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ).

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Mais cedo, Paulo Octávio disse que iria conversar com integrantes da cúpula partidária. Por telefone, ele informou ao site G1 que está "confiante" na sua permanência nos quadros da sigla, mas não revelou o horário do encontro nem os nomes dos dirigentes que irão conversar com ele.

Para Paulo Octávio, a direção do DEM daria "um grande apoio" a Brasília, se o mantivesse no partido. "Vamos aguardar (a conversa). Estou confiante (na permanência no partido). O DEM poderia dar um grande apoio a Brasília permanecendo ao nosso lado no governo", disse o governador interino.

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O presidente do DEM disse ao G1 que considera "acertada" a decisão de Octávio de se desfiliar da legenda. "Amanhã o partido encaminharia processo de expulsão, o que provocaria um desgaste muito maior a ele", disse Rodrigo Maia.

O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (SC), já havia afirmado nesta terça que havia maioria na Executiva do partido favorável à expulsão do governador interino, caso ele não deixasse a função. A reunião da Executiva está marcada para esta quarta-feira (24) e o primeiro pedido de expulsão iria ser protocolado nesta tarde.

"Teremos a reunião da Executiva Nacional e já há maioria formada no partido para expulsar sumariamente o vice-governador Paulo Octávio", disse Bornhausen mais cedo.

A expulsão teria como base uma decisão da Executiva de que todos os filiados deixassem os cargos no governo do Distrito Federal. A decisão foi tomada no dia 11 de fevereiro, mesmo dia em que o governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), foi preso por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Bornhausen afirmou que a decisão é extensiva a Octávio, que deveria deixar a função no governo do DF. "Ele tem que escolher, ou sai do governo ou sai do partido".

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O líder do DEM afirmou ainda que na reunião desta quarta poderá ser estendida a outros filiados a expulsão. Um deles seria o secretário de Transportes, Alberto Fraga, que se recusa a deixar o cargo.

"Todos estarão incluídos nesta discussão de amanhã. Será tomada uma decisão coletiva para todos que não cumpriram a determinação", afirmou o líder.

Fraga esteve nesta manhã conversando com alguns parlamentares do DEM. Ele acusa o partido de incoerência política por não ter deixado o governo quando Arruda saiu do DEM. "Está acontecendo uma incoerência política no DEM pedir a saída de todos agora que o governador é do DEM. Quando o Arruda saiu do partido todo mundo continuou".

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

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