Ao ser empossado secretário da Educação do Estado de São Paulo, o deputado federal pelo PSDB Paulo Renato Souza afirmou nesta segunda-feira (13) que assume a pasta por um "compromisso partidário" e criticou o governo federal do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Ex-ministro da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso, Paulo Renato é o mais novo nome da equipe do governador José Serra, possível candidato tucano à Presidência em 2010. Antes do ex-ministro, Serra levou o ex-governador Geraldo Alckmin para a Secretaria do Desenvolvimento.
"Sou daqueles brasileiros que ardentemente clamam por uma mudança de rumos no nosso País", disse Paulo Renato em seu primeiro discurso à frente da Educação estadual. A cerimônia para transmissão do cargo de Maria Helena Guimarães para Paulo Renato foi realizada em um dos salões do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Questionado após a cerimônia sobre o caráter político de seu ingresso na equipe de Serra, Paulo Renato disse que "toda ação tem uma consequência política". "Apenas reforço a imagem e a presença do PSDB na vida nacional", minimizou. O presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), seguiu a mesma linha ao comentar o simbolismo da posse. "Paulo Renato vai dar uma boa ajuda para o Estado de São Paulo." Serra deixou o salão sem dar entrevista e teve uma rápida conversa com Guerra e o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), após o evento.
Temas nacionais dominaram a fala do secretário, que pregou a necessidade de "elevar o padrão ético e republicano" e de "colocar a economia num rumo seguro de modernização e avanços consistentes". "Colaborando diretamente com o governo de Vossa Excelência, eu posso contribuir mais do que faria no Congresso Nacional para o êxito de um projeto pautado por todas essas virtudes", disse Paulo Renato a Serra, no discurso. "Para que elas voltem a ser o norte para todos os brasileiros.
"Desaceleração"
Paulo Renato disse que os indicadores na área têm sofrido "pelo menos desaceleração" nos últimos anos. "Os avanços perderam o fôlego nos últimos seis anos", afirmou. Ele acusou ainda o atual governo de, mesmo tendo criticado no passado as medidas para avaliação da educação criadas por ele, agora tentar apropriar-se delas, "como se o mundo tivesse sido criado em 2003", disse o secretário, em referência ao início do primeiro mandato de Lula.
A crítica do ex-ministro estendeu-se do funcionalismo público às ações da Polícia Federal (PF). "Vemos a degradação da imagem da vida pública, o abandono dos valores republicanos, a banalização da esperteza, do compadrio, do patrimonialismo, do loteamento político das instituições públicas", disse. "O problema vai do aparelhamento do Estado até o uso desassombrado do poder de polícia para constranger empresários e políticos.
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