O ex-diretor ficou preso em duas oportunidades na carceragem da PF no ano passado, de março a maio e de junho a setembro de 2014.| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação premiada que haviam regalias para os presos na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Paulo Roberto afirmou ter usado telefone celular duas vezes enquanto estava preso e que o doleiro Alberto Youssef tinha dinheiro em espécie dentro da cela, tendo pago por comida. Em uma das oportunidades, houve entrega de costela.

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As declarações de Paulo Roberto estão no termo de colaboração 78, que trata de “irregularidades na custódia da Polícia Federal em Curitiba”. No resumo deste depoimento feito pela Procuradoria-Geral da República, estão registradas as regalias.

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“Paulo Roberto Costa falou que viu um telefone celular na cela 3 da carceragem, ocupada por Youssef e então por Carlos Costa (réu da Lava-Jato). Ouviu de Youssef que este teria providenciado o ingresso do aparelho na carceragem. Paulo Roberto Costa usou o telefone duas vezes, para falar com a família. A pessoa que mais usou o telefone foi Raul (Srour, também réu da Lava-Jato)”, está registrado no resumo.

Segundo o relato do ex-diretor, o telefone não ficava na cela de Youssef. Era entregue ao doleiro e depois recolhido. Paulo Roberto diz não saber quem levava e trazia o aparelho.

Ele afirmou ainda que foi entregue comida nas celas a pedido dos carcereiros. Contou que uma das vezes o prato degustado foi “costela”. Afirmou que era o doleiro quem pagava pela comida, porque tinha dinheiro dentro da cela.

“Certa vez foi entregue costela. Quem pagava a comida era Youssef, que era o único que possuía dinheiro em espécie dentro da custódia”, diz outro trecho do resumo.

Paulo Roberto disse ainda que um carcereiro, chamado de Benites, chegou a solicitar doações para um asilo que ajudava. Afirmou que sua filha fez dois depósitos, de R$ 1 mil cada, em contas indicadas pelo carcereiro. Costa disse ainda que o filho de outro preso, Lucas Pacce, trouxe fraldas geriátricas e entregou ao mesmo carcereiro.

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O ex-diretor ficou preso em duas oportunidades na carceragem da PF no ano passado, de março a maio e de junho a setembro de 2014.