Aliado histórico do PT, o PCdoB certificou nesta sexta-feira (5) a continuidade da parceria com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovou o apoio da legenda à pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff à sucessão no Palácio do Planalto.
Em reunião de cerca de seis horas, os 27 membros que integram a Comissão Política do Comitê Central do PCdoB reafirmaram, por unanimidade, resolução aprovada em fevereiro pela Executiva Nacional, segundo a qual a sigla daria apoio ao candidato escolhido pelas legendas que compõem a base de sustentação ao governo do presidente Lula.
A adesão à chapa presidencial encabeçada pelo PT será oficialmente anunciada no início de abril, em Brasília. As lideranças do partido ainda não definiram se a solenidade será realizada no dia 8 ou 15 de abril.
Ainda na reunião de hoje, o partido fechou questão sobre a criação de uma cúpula suprapartidária, com integrantes do PCdoB e do PT, para evitar que divergências regionais comprometam a composição nacional entre as duas legendas. O partido tem trabalhado para dar prioridade à eleição a cargos legislativos, procurando fortalecer a sigla no Congresso Nacional. A meta é eleger 20 deputados federais e 2 senadores. Hoje a bancada na Câmara tem 13 nomes e o partido tem apenas 1 senador.
O secretário nacional de Organização, Walter Sorrentino, explicou que a legenda quer estar ao lado do PT nos 26 Estados e no Distrito Federal. "Buscamos evitar as divisões regionais, que apenas prejudicam os planos nacionais. Até o momento, o PCdoB não rivaliza com nenhum pré-candidato petista que pretende concorrer aos governos estaduais", afirmou.
Na ata da reunião de hoje, o PCdoB chama a pré-candidata petista de "de uma mulher cuja personalidade política se forjou na luta democrática". O documento elogia o governo petista e defende a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de polarizar a disputa eleitoral entre PT e PSDB.
"Estão em confronto dois campos políticos antagônicos. A aliança de partidos liderada pelo presidente Lula versus legendas que sustentaram o governo neoliberal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que levou o Brasil à ruína", critica. "Neste embate político, não há meio termo. Seu resultado ou garantirá a continuidade do ciclo político atual, ou será o retrocesso com o retorno daqueles que arrasaram o Brasil. É uma oposição de passado fracassado e de futuro temerário", diz o texto da ata da reunião.
São Paulo
O discurso de unidade com os petistas, no entanto, sofreu na semana passada o seu primeiro revés. O PCdoB lançou o vereador Netinho de Paula (SP) ao Senado Federal, sem consultar a opinião dos seus aliados no Estado. A decisão, de acordo com a presidente estadual do PCdoB em São Paulo, Nádia Campeão, é "irreversível".
Lideranças nacionais da sigla avaliam o gesto como um ato de protesto do PCdoB contra impasse do PT na escolha de um candidato à sucessão no Palácio dos Bandeirantes. Os petistas já articulam um plano B, mas ainda estão reféns do deputado Ciro Gomes (PSB), que ainda não decidiu se será candidato ao governo do Estado ou à Presidência da República.
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