Após o rompimento do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o governo, agora foi a vez de o PDT anunciar a saída de seus deputados da base aliada.
Em discurso no plenário, na noite desta quarta-feira (5), o líder da bancada na Câmara, André Figueiredo comunicou o rompimento. O partido tem 19 deputados e, desde o início da votação do ajuste fiscal, tem sido acusado pelos governista de ser um dos responsáveis pelas derrotas no plenário.
Conforme o líder da bancada, deputado André Figueiredo (CE), os deputados não vão adotar uma positura oposicionista, mas sim “independente”.
A decisão vem sendo discutida há meses, mas a gota d’água foi o tratamento da liderança do governo à bancada pedetista nas discussões da votação da PEC 443, que reajusta salários da AGU (Advocacia Geral da União).
Após a derrota do governo no plenário, quando não conseguiu adiar a votação da PEC, o líder do governo, José Guimarães (PT-PE), chamou os integrantes da base que não votaram com o governo de “traidores”. “Ou é base ou oposição. Tem ministério, mas vota contra o governo no parlamento. Isso não pode existir”, afirmou.
“O clima tem sido tenso. Eu sempre ressalto a disposição ao diálogo, mas o tratamento dado está nos constrangendo”, relatou o líder do PDT. “Somos chamados de infiéis. É uma acusação que temos ouvido de forma infundada”, completou.
De acordo com Figueiredo, a decisão de deixar a base já foi comunicada ao presidente do partido, Carlos Lupi, e ao ministro do Trabalho, Manoel Dias.
O deputado relatou que a deliberação foi aprovada por Lupi, que foi ministro do Trabalho e acabou limado da Esplanada dos Ministérios na faxina promovida pela presidente Dilma Rousseff no primeiro ano de mandato, em 2011.
Ainda segundo Andre Figueiredo, Dias teria dito que agora o partido precisa definir os próximos passos. Para isso, a bancada da Câmara se reunirá com os senadores do partido nesta quinta (6).
Não há decisão sobre entrega do ministério.
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