Com o objetivo de aumentar o poder de influência do partido nas eleições de 2010, a bancada de deputados do PDT define nos próximos dias quem apoiará para a presidência da Câmara.

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A eleição está agendada para o dia 2 de fevereiro.

Integrante do chamado bloquinho, grupo parlamentar formado também por PSB, PCdoB, PMN e PRB, o PDT ajudou a lançar a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Agora, no entanto, estuda apoiar Michel Temer (PMDB-SP) - candidato que tem o suporte do PT e do Palácio do Planalto. Também disputam o cargo Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Ciro Nogueira (PP-PI).

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Para o deputado Mário Heringer (PDT-MG), que liderou o bloquinho até o fim do ano passado, os planos do partido em relação à sucessão presidencial influenciarão a decisão da bancada na Câmara.

"Esse é um pano de fundo. Não temos decisão nem de longe ainda (sobre quem apoiar em 2010), mas político trabalha que nem jogador de xadrez. Tem que ver uns dois ou três anos na frente", disse o deputado.

"A gente vai tentar se colocar na posição de participante e de ator, e não de platéia", destacou.

Heringer, o presidente em exercício do partido, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), e o presidente licenciado e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, telefonarão nos próximos dias aos deputados pedetistas para saber quem a legenda apoiará para a sucessão de Arlindo Chinaglia (PT-SP) no comando da Câmara.

"A minha previsão é de que em uma semana a gente tenha um quadro mais definido, mas ainda é prematuro fazer qualquer tipo de afirmação", disse Heringer.

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Segundo o parlamentar, alguns deputados do PDT acham que a legenda perdeu poder desde que o bloquinho foi formado, há cerca de dois anos. "O partido fica meio escondido atrás de um biombo", argumentou.

Heringer disse ainda que há uma queixa de que o PDT teve de abdicar de espaços na Casa devido ao projeto do bloquinho.

"Se conseguimos fazer 25 deputados e isso, dentro da proporcionalidade da Câmara, dá direito à gente ter espaço na Mesa Diretora e nas comissões, não queremos perder isso em função de articulações montadas para o processo eleitoral", sublinhou Heringer. "Precisamos garantir que vamos ter pelo menos o que conquistamos nas urnas."

Além disso, contou, há um incômodo quanto ao funcionamento do bloco. "Ficou meio sem identidade, com umas divisões de liderança."

FRAGMENTAÇÃO

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Um dos entusiastas do bloquinho, o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), tem opinião oposta.

"Os nossos partidos separados ou cada um por si não demonstram qualquer possibilidade real de disputa de poder. Juntos, temos força", argumentou. "Se nos fragilizarmos ou transformarmos esse episódio em algo incurável ou definitivamente causador de rupturas, não vamos a nenhum lugar mesmo."

Para Albuquerque, os integrantes do partido deveriam manter a unidade na eleição presidencial. O PSB conta com um dos potenciais candidatos à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Ciro Gomes (CE).

"O bloco deveria continuar pensando junto o futuro de 2010", sustentou.

Como forma de tentar persuadir os aliados, Albuquerque disse que o bloquinho deve garantir a independência de cada um de seus partidos integrantes em questões pontuais como a eleição para a presidência da Câmara.

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"O PDT não precisa sair do bloco para votar no Michel Temer, até porque os votos são secretos e individuais de cada deputado", argumentou. "Não temos que implodir um esforço de unidade política em razão desse processo."

Albuquerque também rebateu as críticas à dinâmica interna do bloco. "Se nós formos atrás de problemas em uma convivência que começou há dois anos, vamos achar. Não adianta ficar querendo encontrar justificativas para algumas coisas", disse.

"Na política, a gente tem que estar preparado para engolir sapo e para conviver. Se a gente não quer algo maior, aí não tem sentido ficar sofrendo."

O PSB indica o próximo líder do bloquinho, mas o partido ainda não definiu um nome.

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