Fora do prazo
Apesar de descumprir a lei, partidos não sofrem punição
Rogerio Waldrigues Galindo
O PT admite em público que não conseguiu resolver os impasses sua chapa dentro do prazo estabelecido pela lei. Em tese, tudo deveria ser resolvido até a segunda-feira, último dia estabelecido na legislação eleitoral para que os partidos realizassem as convenções e definissem seus candidatos. Mas, apesar de descumprir a determinação legal, não deve haver punição. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE), os partidos só precisam registrar as chapas oficialmente no dia 5, próximo sábado. E como não há qualquer mecanismo de controle sobre as convenções partidárias, uma sigla em tese pode oficializar a chapa eleitoral com data retroativa sem sofrer consequências legais.
Suplentes
Os aliados de Gleisi Hoffmann ainda não definiram quem serão os candidatos a suplente de senador na chapa de Ricardo Gomyde (PCdoB). A escolha sai hoje. Os principais adversários de Gomyde já têm os seus suplentes definidos. Os de Alvaro Dias (PSDB) serão Joel Malucelli (PSD) e Severino de Araújo (PSB), enquanto os de Marcelo Almeida (PMDB) vão ser Herculano Lisboa (PMDB) e Antônio Anibelli (PMDB).
O imbróglio envolvendo a composição da chapa da senadora Gleisi Hoffmann (PT) na disputa pelo governo do Paraná foi encerrado no início da noite de ontem um dia depois do prazo final estabelecido em lei para a definição dos candidatos pelos partidos e coligações. O presidente em exercício do PDT do Paraná e ex-deputado estadual, Haroldo Ferreira, será o candidato a vice-governador. E o ex-deputado federal Ricardo Gomyde (PCdoB) foi confirmado como candidato ao Senado na chapa.
A pré-candidatura do vereador curitibano Jorge Bernardi (PDT) ao Senado foi descartada pela Executiva de seu próprio partido, para garantir a viabilidade da chapa. Agora, falta apenas decidir os candidatos a suplente de senador. A decisão será tomada hoje.
Impasse
Os três partidos PT, PDT e PCdoB entraram em um impasse na segunda-feira. O PDT, aliado de primeira hora, contava com a indicação para o Senado embora o ex-senador Osmar Dias, nome natural para a vaga, tenha desistido de concorrer em abril. Na sexta-feira, o partido havia decidido indicar Bernardi. Entretanto, no domingo o PT ofereceu a vaga a Gomyde, para tentar atrair o PCdoB para a coligação a sigla negociava seu apoio a Roberto Requião (PMDB). Para o PDT, ofereceram apenas a vaga de vice de Gleisi.
Na noite de segunda-feira, os pedetistas se reuniram. Eles decidiram recusar a vice e exigir a candidatura de Bernardi ao Senado. A reunião durou até a madrugada de ontem. O PT recusou a proposta do PDT e garantiu a indicação de Gomyde.
No início da noite de ontem, o PDT voltou a se reunir para discutir o assunto. Em votação apertada, os membros da Executiva decidiram desistir da pré-candidatura de Bernardi o vereador votou contra, mas disse que não pretende recorrer à Justiça para reverter a decisão. Depois, o grupo escolheu indicar Haroldo Ferreira. O presidente estadual do PT, Ênio Verri, confirmou à reportagem da Gazeta do Povo que o partido aceitou a indicação do pedetista.
Perfil
Natural de Francisco Beltrão, Ferreira é médico. Já foi secretário de Saúde de Araucária e deputado estadual. Ele é o presidente em exercício do partido desde que o ex-senador Osmar Dias se licenciou para assumir a vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil. "É uma honra compor a chapa encabeçada pela senadora Gleisi. Tenho certeza que o PDT pode contribuir com este projeto que deve recolocar o Paraná nos trilhos do desenvolvimento", disse.
Já Gomyde foi deputado federal e assessor especial do Ministério do Esporte, além de vereador de Curitiba. Pivô do impasse, ele disse que não conversou com o PDT sobre a sua candidatura ao Senado, apenas com o PT. De acordo com o candidato, os petistas o convidaram para ocupar a vaga na chapa e o PCdoB decidiu aceitar. Gomyde afirmou ainda que suas relações com o PDT são as "melhores possíveis".
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