A representação do PT no Conselho de Ética foi unânime em aprovar nesta quarta-feira o relatório dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) que pediu a cassação do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar.
A posição dos petistas era uma incógnita pela importância de Renan Calheiros como aliado do governo, mas Augusto Botelho (RR), Eduardo Suplicy (SP) e João Pedro (AM) apoiaram o pedido de cassação, ampliando o tamanho da derrota do presidente do Senado.
Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por lobista da construtora Mendes Júnior. Os relatores levantaram oito pontos que justificariam a cassação do senador, que vão do uso de lobista para pagar contas pessoais a irregularidades fiscais e omissão de contas bancárias.
O caso segue nesta quarta-feira para sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça, integrada por 23 senadores. Se o processo for aprovado, vai para o plenário da Casa, que deve examiná-lo na próxima semana, em votação secreta.
Renan tem mais duas representações contra ele no Conselho de Ética. Uma sobre suposto favorecimento à cervejaria Schincariol em negociação de dívidas com a Receita Federal e com o INSS, e outra relativa ao uso de laranjas para a compra de duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas.
"O que aconteceu hoje aqui não serve de referência para o plenário em nada", disse Almeida Lima (PMDB-SE), aliado de Renan.
A expectativa de Renan é de que colegas constrangidos em declarar seus votos diante das câmeras mudem de atitude no voto secreto em plenário.
"Se o Senado não votar pela cassação, há outras representações tramitando. Essa crise não vai acabar nunca", avaliou Demóstenes Torres (DEM-GO).
Se o primeiro processo durou três meses, o julgamento dos outros dois iria até o Natal, avaliam os senadores.
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