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Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), agora ex-ministro do governo Temer | Thamyres Ferreira/MTur/
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), agora ex-ministro do governo Temer| Foto: Thamyres Ferreira/MTur/

Um dia antes de pedir demissão, Henrique Eduardo Alves disse a aliados que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado havia “enlouquecido” e estava usando de “mau caratismo” para acusá-lo de corrupção.

O agora ex-ministro do Turismo foi citado na delação de Machado, que o acusou de ter recebido propina no valor de R$ 1,55 milhão. Alves, por sua vez, mantinha o discurso de que não havia cometido nenhum delito e que, por isso, permaneceria no governo.

Em carta de demissão, Alves diz não querer causar constrangimento

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O tom do peemedebista, porém, mudou de quarta (15) para esta quinta-feira (16), quando decidiu se tornar o terceiro ministro a deixar a Esplanada de Temer.

Aliados afirmam que “é possível” que Alves tenha tido conhecimento de que há coisas mais graves sobre ele nas investigações. A ordem no Palácio do Planalto é evitar ainda mais desgaste no centro da gestão Temer.

Contragosto

Há algumas semanas, por exemplo, o próprio presidente interino havia conversado em particular com Alves sobre a possibilidade de haver novos fatos envolvendo seu nome na Operação Lava Jato. Temer solicitou que, nesse caso, o então ministro se antecipasse e pedisse demissão.

Alves negou que houvesse qualquer coisa realmente comprometedora sobre ele nas investigações e Temer, a contragosto, precisou manter o aliado no cargo.

Dias depois, foi a vez do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) tentar demover Alves da ideia de continuar ministro. Mas o roteiro da conversa foi o mesmo.

No início desta quarta, quando a delação de Machado ganhou publicidade, Alves se recusava, inclusive, a responder publicamente às acusações que, segundo ele, eram “um absurdo só”. Durante o dia, porém, foi convencido por assessores de que era melhor se posicionar.

Em nota, disse que repudiava “a irresponsabilidade e levianidade” das declarações do ex-presidente da Transpetro e que “nunca pediu qualquer doação ilícita a empresários ou qualquer que seja”.

No início do mês, o ex-ministro seguia o mesmo padrão. Quando a Folha de S.Paulo publicou o despacho em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele atuou para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS, Alves disse que aquelas eram “notícias requentadas” e que já havia explicado o assunto.

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