Mais de 100 mil pessoas enviaram mensagens para uma página no Orkut, entre o fim de semana e a manhã de segunda-feira, usada por um possível pedófilo. O autor da página, já retirada do ar, assinava com o codinome "Tenente C" e tinha em seu álbum 12 fotos, a maioria delas de meninas nuas e em situação de abuso sexual. Revoltados, os internautas sugeriam que ninguém denunciasse a página diretamente para a administração do Orkut, mas para a polícia. Além do "Tenente C", outro perfil no site de relacionamentos identificado como sendo de Gabriel Lokis também apresenta fotos pornográficas envolvendo meninos. E até o meio da tarde desta segunda-feira, já apresentava mais de 1.200 mensagens de internautas horrorizados com o conteúdo das imagens.

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Presidente da Safernet Brasil, ONG responsável pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, Thiago Tavares conta que o site www.denunciar.org.br recebeu mais de quatro mil denúncias contra três perfis criados pelo "Tenente C", no último fim de semana.

- Em casos como este, fazemos um relatório técnico de rastreamento, no qual salvamos imagens das telas com o perfil e o álbum de fotos; mapeamos horários de acesso; monitoramos mensagens deixadas na página e comunidades relacionadas. Sistematizamos todas as informações e apresentamos a notícia-crime ao Ministério Público Federal, informando quais as infrações encontradas.

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Neste caso específico, o autor do perfil infringiu o artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que proíbe a distribuição e transmissão de fotos pornográficas de crianças, crime com pena prevista de 2 a 6 anos de reclusão.

Como a sede da empresa responsável pelo site de relacionamentos fica em São Paulo, a queixa-crime foi entregue à procuradoria da capital paulista na manhã de segunda-feira.

Criada em janeiro de 2006, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos trabalha em parceria com o Ministério Público Federal desde março do ano passado, através das denúncias que recebe de todo país. Não é preciso se identificar. A única informação obrigatória para denunciar é o link que aponta o crime.

De acordo com Thiago Tavares, em 2006, a ONG encaminhou cerca de 300 notícias-crimes para o Ministério Público Federal de São Paulo. Destas, 80 a 90% estavam ligadas à comunidade de relacionamentos.

- Isso não significa dizer que foram apenas 300 denúncias. Cada notícia-crime pode apontar até 40, 50 links. Em muitos casos fazemos um verdadeiro mapeamento de usuários que formam quadrilhas de pedófilos.

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