O deputado Cleiton Kielse (PMDB) prometeu ontem protocolar nos próximos dias o requerimento para abrir uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pedágio na Assembleia Legislativa do Paraná. De acordo com o peemedebista, o objetivo é investigar o processo de licitação para a implantação do pedágio no estado, ocorrido na segunda metade da década de 90, durante a gestão do ex-governador Jaime Lerner. Até agora, ele já reuniu 29 assinaturas 11 a mais que as 18 necessárias para a instalação de uma CPI.
Se a Mesa Executiva aceitar o pedido formulado por Kielse, a Casa vai "ressuscitar" a CPI do Pedágio já que em 2003 foi instalada uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o mesmo tema. A CPI da época não comprovou nenhuma nos contratos e concluiu que eles eram juridicamente perfeitos.
A possibilidade de uma nova CPI para investigar o pedágio causou controvérsia. O presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), disse que terá de conversar pessoalmente com Kielse porque "não vê com bons olhos" a abertura de uma nova comissão sobre um assunto que já foi alvo de investigação anteriormente.
Kielse defende a criação da CPI para investigar as concessões de rodovias e para apurar a legalidade de aditivos contratuais incorporados entre 2000 e 2002. "As modificações desses termos aditivos sugerem fortes indícios de improbidade administrativa, sendo um dos maiores erros administrativos já vistos. Não existe qualquer homologação dessas mudanças nos Tribunais de Contas nem na Assembleia", disse Kielse. "A economia do estado não consegue crescer, enquanto as concessionárias ganham milhões de reais a cada mês, deixando de cumprir o que estava previsto em contrato."
Segundo o parlamentar do PMDB, muitas das exigências de obras previstas nos contratos originais firmados com as concessionárias foram abolidas nos aditivos acordados entre 2000 e 2002. "É preciso que o povo paranaense saiba onde estão sendo aplicados esses recursos, quem e quantos estão ganhando com isso", disse. "Não vou aceitar piada sobre uma CPI desse tamanho. Quero ver se ele [Rossoni] é macho para não instalar a comissão."
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