O quatro peemedebistas alvos de pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) – o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) – reagiram com indignação à notícia de que podem ser presos. Os quatro são acusados de tentativa de obstruir a Operação Lava Jato.
Renan Calheiros
Renan disse, por meio de nota, que confia na “autoridade e dignidade do Supremo” e que se mantém “sereno”. Renan negou que tenha cometido atos que possam ser compreendidos como obstrução à Justiça. “Por essas razões, o presidente considera tal iniciativa, com o devido respeito, desarrazoada, desproporcional e abusiva. Todas as instituições estão sujeitas ao sistema de freios e contrapesos e, portanto, ao controle de legalidade. O Senado Federal tem se comportado com a isenção que a crise exige e atento à estabilidade institucional do País”, diz a nota divulgada pela assessoria do presidente do Senado.
Eduardo Cunha
Cunha disse, por meio de nota, ver com estranheza o “absurdo pedido” de prisão dele feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele afirmou que como não tem ciência do conteúdo, não tem como contestar, mas vê no ato de Janot uma tentativa de constranger parlamentares do Conselho de Ética que defendem sua absolvição.
“Não tomei ciência do conteúdo do pedido do Procurador-Geral da República, por isso não posso contestar as motivações. Mas vejo com estranheza esse absurdo pedido, e divulgado no momento da votação no Conselho de Ética, visando a constranger parlamentares que defendem a minha absolvição e buscando influenciar no seu resultado”, disse Cunha na nota. O Conselho de Ética da Câmara se reuniu nesta terça-feira (7) para discutir o pedido de cassação de Cunha, mas a sessão foi adiada para a quarta.
Romero Jucá
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) criticou que a PGR tenha pedido sua prisão ao STF. Em nota, o senador disse “lamentar” que ocorra “vazamento seletivo” de informações. “Venho sendo acusado e agredido e não tenho o conhecimento do material a que tenho direito de ter acesso para me defender. Lamento esse tipo de vazamento seletivo que expõe as pessoas sem nenhum tipo de contraditório”, escreveu Jucá.O senador considerou o pedido de prisão “absurdo” e afirmou que já se colocou à disposição para prestar esclarecimentos sobre os diálogos entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Jucá disse que foi “vítima” da gravação de Machado, mas que pediu afastamento do Ministério do Planejamento no mesmo dia e solicitou à PGR a cópia da delação de Machado para que pudesse se defender. O senador critica o fato de não ter tido acesso aos documentos.
Jucá alega ainda que não atuou em nenhum momento no sentido de confundir as investigações, em referência às atividades da Operação Lava Jato. Ele informou que, diferentemente do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele defende que investigados presos possam fazer delação premiada e também defende a prisão com julgamento em segunda instância, caso a Justiça entenda que seja necessária.
José Sarney
O ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) divulgou nota dizendo estar “perplexo, indignado e revoltado” com o pedido de prisão. Afirmou que jamais agiu para obstruir a Justiça. No texto, ele fala que dedicou 60 anos de vida pública ao país e à defesa do Estado de Direito e que, por isso, julgava merecer “o respeito de autoridades do porte do procurador-geral da República”.
Sarney ainda destaca que promoveu e sancionou leis, mesmo antes da nova Constituição, que beneficiaram e fortaleceram o Ministério Público. “O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal”, afirma o ex-presidente na nota.
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