O senador Jorge Bornhausen disse ontem que o presidente Lula cometeu crime de responsabilidade e o chamou de "chefe de honra da quadrilha". O presidente do PFL afirmou que a negação da abertura do sigilo bancário de Paulo Okamotto é um forte indício de que o PT "tem muito a esconder". Investigado pela CPI dos Bingos, Okamotto teve seu sigilo quebrado, mas os dados estão protegidos por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal. Ele virou alvo de investigação depois de assumir o pagamento de uma dívida do presidente Lula.
Apesar das acusações, o senador pefelista diz que há dificuldades para pedido de impeachment. Segundo ele, os partidos políticos de oposição precisam encontrar um "cidadão respeitado pela sociedade" para entrar com o pedido de impedimento, para que haja repercussão na imprensa. "Isso até agora não ocorreu. Além disso, de acordo com jurisprudência do Supremo, o presidente da Câmara possui o poder de arquivar. Cabe recurso, mas quem faz a ordem do dia é o presidente da Câmara e esse recurso pode nunca ser apreciado", disse. "Depois, é preciso que dois terços votem a favor da continuidade do processo e já ficou provado que o governo tem a maioria."
Bornhausen, que foi chefe da Casa Civil da presidência em 1992, diz que não há ninguém mais bem informado do que o presidente da República. "Pela manhã recebe todas as informações que vem da Abin, da Polícia Federal, do serviço secreto das Forças Armadas e, portanto, nada deve o surpreender." (DN)
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