Se depender do deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), a CPI dos Correios pode ter sua primeira acareação. O pefelista quer botar frente a frente o ex-presidente dos Correios João Henrique Almeida, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o ex-secretário-executivo da Secretaria de Comunicação do Governo (Secom) Marcos Flora, que depôs nesta quarta-feira na subcomissão que analisa irregularidades nos contratos dos Correios. Ao contrário do que João Henrique e Pizzolato disseram em seus depoimentos à CPI, Flora negou que a Secom tenha tido influência nos aditivos dos contratos de publicidade dos Correios e do Banco do Brasil, o primeiro fechado com a SMP&B e o segundo com a DNA, ambas empresas de Marcos Valério de Souza.
- Vou apresentar um requerimento propondo esta acareação para ver quem está falando a verdade. O senhor (Flora) nega justamente o que disseram o ex-presidente dos Correios e o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil - adiantou Lorenzoni.
Acompanhado pelo advogado, apesar de estar depondo na condição de testemunha, Flora rebateu todas as acusações de que a Secom tenha favorecido as empresas de Marcos Valério. Negou, por exemplo, que a secretaria tenha determinado a redução do valor do patrimônio líquido exigido para as empresas de publicidade que participaram da licitação dos Correios, de R$ 3 milhões para R$ 1,8 milhão. Foi graças a essa alteração que a SMP&B se habilitou para a concorrência.
- Fizemos uma sugestão para os Correios, alertando que o valor do patrimônio líquido exigido das agências era mais alto do que o exigido em outros órgãos públicos, o que ampliava o risco de um direcionamento da licitação. Isso não foi um comando da Secom e o cálculo da redução foi feito pelos Correios - assegurou Flora.
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