O vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmou na manhã desta quinta-feira (23) em visita à Espanha, comentando as notícias de corrupção na Petrobras e a demonstração financeira da estatal, que “pegar bem, não pegou”.
Balanço da Petrobras reforça hipótese de pedido de impeachment, diz líder do DEM
Para o líder do DEM, os dados apresentados pelo balanço revelam que o governo Dilma maquiou, durante a campanha à reeleição no ano passado, a realidade da empresa petrolífera
Leia a matéria completaTemer falava ao público durante um evento organizado pela agência de notícias “Efe”, voltado a líderes. Ele disse que “ninguém aplaudiu” os fatos relacionados à Petrobras e elogiou a transparência da demonstração financeira.
Com impacto do lançamento de perdas de R$ 6,194 bilhões relacionadas à corrupção e outros R$ 44,345 bilhões à reavaliação dos ativos, a Petrobras registrou, em 2014, prejuízo de R$ 21,587 bilhões ante o lucro de R$ 23,6 bilhões registrado em 2013, segundo balanço divulgado nesta quarta (22). A divulgação das demonstrações contábeis auditadas do terceiro trimestre estavam atrasadas havia 159 dias, e a anual, 22 dias.
De acordo com a consultoria Economatica, este é o primeiro prejuízo anual da Petrobras desde 1991, quando a estatal registrou perda de R$ 1,2 bilhão, segundo dados ajustados pela inflação.
“Dizer que ficou bem para a Petrobras e para os brasileiros, não ficou. Pegar bem, não pegou. Ninguém aplaudiu. Mas a Petrobras tem tido uma transparência. Vai recuperando a imagem”, afirmou o vice-presidente.
Quanto aos protestos realizados no país contra o governo, Temer afirmou que as exigências “são cada vez maiores, e não nos assustamos”. “É natural que os anseios aumentem.”
O vice-presidente foi questionado pelo público justamente nesses pontos, com perguntas sobre a possibilidade de um impeachment e de antecipação das eleições. Ele repetiu o discurso de que não há crise institucional no país.
Mais tarde, em visita à Casa do Brasil, em Madri, o vice-presidente comentou a aprovação preliminar, contra a vontade do governo, de uma proposta de emenda à Constituição que reduz o número de ministérios para 20, projeto capitaneado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e apoiado por outros peemedebistas.
Temer, que agora é responsável pela articulação política do governo e não conseguiu evitar a aprovação da proposta na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, afirmou que “redução no número de ministérios é razoável” e que “todo o mundo pensa nisso”.
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