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Alvaro Dias, possível candidato ao governo, e Roberto Requião se encontraram ontem no TC. Para o governador, seu sucessor será um aliado | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Alvaro Dias, possível candidato ao governo, e Roberto Requião se encontraram ontem no TC. Para o governador, seu sucessor será um aliado| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Governador tenta ampliar apoio

Da Redação

O governador Roberto Requião (PMDB) se reuniu ontem, na residência oficial da Granja Canguiri, em Pinhais, com um grupo de prefeitos recém-empossados da região metropolitana de Curitiba e prometeu fazer tudo o que puder para "ajudá-los". No meio político, o encontro foi visto como uma tentativa de Requião ampliar a base de apoio na Grande Curitiba com vistas à eleição de 2010. Na região metropolitana, é grande a influência do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), adversário do grupo de Requião e possível candidato a governador.

Ontem mesmo o governo do estado anunciou, no site da Agência Estadual de Notícias, que neste ano vai construir na região metropolitana, em parceria com o governo federal, cinco Armazéns da Família – projeto destinado ao fornecimento de produtos alimentícios básicos a preços acessíveis à população de baixa renda.

Segundo o governo estadual, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) já liberou R$ 2,11 milhões e serão construídos armazéns em São José dos Pinhais, Colombo, Pinhais, Campo Magro e Almirante Tamandaré.

O curioso é que o anúncio do projeto estadual foi feito no mesmo dia em que Richa inaugurou um Armazém da Família em Curitiba, no Pilarzinho. É o segundo inaugurado nesta semana pela prefeitura. O primeiro fica no Uberaba.

O governador Roberto Requião (PMDB) prestigiou ontem publicamente, pela primeira vez, uma possível candidatura do vice-governador Orlando Pessuti ao governo do Paraná na eleição de 2010. Disse que Pessuti pode ser o candidato do PMDB no ano que vem e que ele, Requião, vai fazer o sucessor. Até então, integrantes do próprio partido reconheciam a dificuldade de Pessuti em conquistar o apoio de Requião à sua candidatura – considerada inviável por alguns peemedebistas.

Orlando Pessuti declarou em outubro, em entrevista à Gazeta do Povo, que pretendia ser o candidato do PMDB ao governo do estado. Desde então, Requião nunca havia manifestado apoio à pretensão de seu vice. Em novembro, deputados peemedebistas chegaram a se reunir para discutir a possível candidatura de Pessuti. Um dos assuntos que teriam sido debatidos foi justamente uma forma de evitar possíveis constrangimentos entre os dois, já que o governador não estaria se mostrando propenso a apoiar a candidatura do vice.

A declaração de Roberto Requião de que Pessuti pode ser o candidato do partido no ano que vem pegou de surpresa o meio político paranaense. "Quem quiser ganhar algum dinheiro, no banco de apostas, aposte que eu faço o meu sucessor", afirmou Requião, durante a posse de Hermas Brandão na presidência do Tribunal de Contas do Estado (TC), em Curitiba. "Pode ter certeza de que quem apostar contra vai perder." Na solenidade, estavam dois possíveis candidatos ao governo do estado: o senador Alvaro Dias (PSDB) e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB).

Senado ou Presidência?

Em relação a uma possível candidatura sua na eleição de 2010 para o cargo de senador, Requião brincou ao afirmar que, se entender que todos os problemas do estado estiverem resolvidos até lá, ficará de fora do pleito. "Só disputarei se achar que ainda existem coisas a solucionar", disse.

O governador também comentou sobre a sucessão presidencial e disse acreditar que o presidente Lula está ensaiando a candidatura da ministra Dilma Rousseff. E cogitou a possibilidade de se lançar à Presidência pelo PMDB. "Se precisarem de mim, quem sabe eu vá."

Descontraído, Requião disse ainda estar empolgado com o governo estadual e afirmou que pretende superar todos os desafios em 2009, inclusive a crise econômica. Ele assegurou que os paranaenses podem ficar tranquilos porque os cofres públicos têm verba suficiente para superar as dificuldades financeiras.

"A arrecadação de impostos vai cair este ano, mas, ainda assim, não estou preocupado com a crise", revelou Requião. "O fundamental é que as empresas não aumentem as tarifas e defendam os empregos da população." Segundo o governador, o Fundo Estadual do Desenvolvimento Urbano conta com R$ 600 milhões em caixa para investimentos e o Porto de Paranaguá tem reservas de R$ 440 milhões que podem ser utilizadas.

Requião ainda aproveitou para criticar o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba, medida tomada pelo desafeto Beto Richa. Para o governador, o reajuste foi feito fora de hora e sem nenhum consulta ao governo, que coordena o transporte coletivo na região metropolitana por meio da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba). Segundo Requião, a Urbs escondeu as planilhas de custo, impedindo uma avaliação prévia a respeito da elevação no valor da passagem. "A compra de ônibus novos não é pretexto para aumentar a tarifa", disse. "Esse dinheiro já está previsto no Orçamento."

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