A convenção nacional do PMDB no próximo sábado (12), em Brasília, quando o vice-presidente Michel Temer deverá ser reconduzido ao comando da legenda, será realizada em clima de tensão.
Com os últimos desdobramentos da Operação Lava Jato, e o reaquecimento dos processos de destituição da presidente Dilma Rousseff – seja na Câmara dos Deputados ou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) –, peemedebistas voltam a ser assediados pelas legendas de oposição para engrossar a bandeira contra o governo federal.
STF publica acórdão sobre impeachment e abre caminho para “destravar” processo contra Dilma
Leia a matéria completaAlém disso, o próprio grupo de dissidentes do PMDB, que já defendia a saída da presidente, reaparece com voz e escopo para debater no sábado a possibilidade de debandada do governo Dilma.
Principal partido da base governista, o PMDB sempre esteve dividido na Câmara, mas andava “controlado” desde meados de fevereiro, com a vitória do deputado Leonardo Picciani (RJ), aliado do Planalto, para a cadeira de líder da bancada.
Preocupado em garantir a própria recondução ao comando do PMDB, Temer também não deu continuidade ao capítulo aberto por ele em dezembro, a partir da sua carta à presidente Dilma, na qual havia uma lista de reclamações contra o governo federal.
Mas, após a revelação de trechos do depoimento do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que diretamente atingem a presidente Dilma, a oposição voltou a apostar no processo de impeachment em trâmite na Câmara, colocando o PMDB novamente sob pressão para deixar a situação.
“Mais rápido”
Na avaliação de opositores, o impeachment via Legislativo seria “mais rápido” do que uma eventual cassação do mandato da presidente Dilma a partir das representações que correm no TSE, e que recentemente também ganharam força com a prisão do marqueteiro do PT João Santana.
Câmara e Senado obstruirão votações até início da comissão de impeachment
Leia a matéria completaPara o processo de impeachment prosperar na Câmara, a oposição sabe que ainda não tem votos suficientes e traça estratégias para atrair apoios, em especial de peemedebistas, que integram a maior bancada da Câmara e já enfrentam uma divisão interna.
Temer assume o Executivo apenas se a destituição ocorrer via Congresso Nacional. Na segunda hipótese, se o TSE entender que houve abuso de poder político e econômico suficiente para interferir no resultado das eleições de 2014, tanto Dilma quanto Temer seriam destituídos, já que uma decisão do tipo afeta toda a chapa que foi às urnas.
Desde sexta-feira (4), data da última operação da Lava Jato, com foco no ex-presidente Lula, Temer tem dado sinais dúbios. Publicamente, repetiu o discurso sobre “a necessidade de unificação” do país, mas evitou declarações contundentes. A convenção do PMDB acontece às vésperas das manifestações de rua contra o governo Dilma marcadas para domingo (13).
Motim
Os diretórios estaduais do PMDB do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul irão apresentar na convenção nacional do partido uma moção em que defendem o desembarque imediato do governo Dilma. Para isso, pretendem coletar, ao longo dessa semana, apoio de outros estados.
“Acreditamos que também teremos apoio de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Acre e talvez Tocantins”, disse o deputado federal Osmar Terra (PMDB- RS). “Hoje, 80% das bases do partido apoiam o desembarque”, acrescentou.
O texto final do documento foi fechado em reunião realizada no sábado (5) na capital gaúcha.
Governo Lula busca respaldo internacional para pressionar regulamentação das redes sociais
Governo quer limitar uso de armas por policiais e vincular verbas federais a novas normas
Braga Netto preso e o alerta para Bolsonaro; ouça o podcast
“Extremamente grave”, diz médico de Lula sobre sangramento e risco de morte
Deixe sua opinião