Polêmicas
Veja algumas das pautas polêmicas que foram julgadas pelo Supremo durante a gestão do ministro Gilmar Mendes:
Raposa Serra do Sol
Os ministros mantiveram a demarcação contínua da reserva indígena em Roraima e determinaram a retirada de toda a população não indígena do local. Cerca de 90 famílias deixaram a área.
Lei de Imprensa
O Supremo derrubou a Lei de Imprensa, legislação de 1967 implementada pela Ditadura Militar, que previa punições duras a veículos de comunicação e jornalistas acusados de calúnia.
Diploma para jornalista
Em junho de 2009, o STF decidiu que não é necessário o diploma de jornalista para exercer o ofício. O então presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, comparou a profissão com a de cozinheiro.
Extradição de Battisti
Os ministros revogaram, em novembro do ano passado, o refúgio político concedido pelo governo e determinaram a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti, acusado de quatro mortes na Itália entre 1978 e 1979.
Sean Goldman
O americano David Goldman ganhou no Supremo o direito de criar o filho Sean nos Estados Unidos depois da morte da mãe do menino. A guarda de Sean era requisitada pelo padrasto e pelos avós maternos, que queriam manter o garoto no Brasil.
Prisão de Arruda
O então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), teve o habeas corpus negado pelo Supremo em março. Arruda estava preso por ser suspeito de tentar subornar o jornalista Edson Sombra, testemunha do "mensalão do DEM".
Fonte: Redação
Brasília - O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Cezar Peluso, prometeu ontem agir com rigor e severidade diante de desmandos de juízes e afirmou que pretende recuperar o prestígio e o respeito público do Poder Judiciário. Peluso assumiu a presidência do Supremo ontem, no lugar de Gilmar Mendes, que ficou dois anos a frente do STF.
Segundo Peluso, um dos fatores que contribuem para a "crescente perda de credibilidade da Justiça é a sua lentidão. "A magistratura, como todas as demais instituições humanas, não é e nem pode ser perfeita", reconheceu. Mas, segundo ele, não há outro caminho ao CNJ senão convencer o Judiciário por ações firmes de que todos são aliados na tarefa de corrigir as disfunções da Justiça.
Ao falar sobre o STF, o novo presidente criticou aqueles que esperam que o tribunal julgue de olho na reação popular. A declaração foi interpretada como um recado de que ele não pautará sua administração de acordo com os anseios da opinião pública, nem mesmo em julgamentos polêmicos que envolvam temas como aborto e união homossexual.
"Nossa autoridade não vem do aplauso ditado por coincidências ocasionais de opiniões nem se inquieta com as críticas mais ensandecidas", disse Peluso durante discurso de posse assistido por autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Câmara, Michel Temer, e do Senado, José Sarney, e o ex-governador e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra.
Mudança
A cerimônia de ontem, que durou mais de três horas , significa uma mudança radical no perfil do comando do tribunal. Sai Gilmar Mendes, cujo mandato ficou marcado por diversas polêmicas, como as críticas que fez à Polícia Federal e ao Movimento Sem Terra, e entra Peluso, de perfil mais discreto, e que desde já promete se concentrar em resolver problemas internos do Judiciário.
"Não faz muito, indagaram-me sobre que marca gostaria de deixar. Não titubeei em responder que estimaria ser apenas lembrado como alguém que contribuiu, nos extremos de sua capacidade, para recuperar o prestígio e o respeito público a que fazem jus os magistrados e a magistratura do meu país, disse Peluso, aplaudido pelos presentes.
Ele é o primeiro ministro indicado pelo presidente Lula a assumir o posto de presidente do Supremo Tribunal Federal. A vice-presidência será ocupada pelo ministro Carlos Ayres Britto.
Autoritários
Coube ao ministro mais antigo do STF, Celso de Mello, fazer um discurso mais político. Ele afirmou que o tribunal teve de conter surtos autoritários estatais durante a administração de Gilmar Mendes. "A atuação independente e vigorosa do eminente ministro Gilmar Mendes, como presidente do Supremo Tribunal Federal, em momentos nos quais periclitou o regime das liberdades fundamentais, por efeito do comportamento expansivo de setores do Estado, que se pretendiam imunes ao controle de uma jurisdição superior, significou, em termos de preservação de direitos e garantias individuais dos cidadãos deste país, um gesto de neutralização de surtos autoritários registrados no interior do próprio aparelho de Estado", disse o ministro.
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Interatividade Sob o comando de um ministro mais discreto, o STF deixará de ser palco de tantas polêmicas?
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